“Animais explorados por likes na internet”, diz fiscal do Ibama sobre caso da capivara

Foto: Reprodução

O Ibama endureceu o discurso contra o fazendeiro e influenciador amazonense Agenor Tupinambá, multado em R$17 mil por maus tratos, abuso e exploração de animais silvestres. Após a Justiça Federal dar a guarda provisória da capivara Filó ao influencer, o órgão ambiental reforçou que o objetivo é devolver o animal à natureza e também ressaltou as infrações pelas quais Agenor foi autuado.

“Não se trata apenas de uma capivara[…] Se trata de outra capivara, que teria morrido; de duas preguiças, sendo que uma delas morreu; de duas jiboias; de uma paca; de uma arara; dois papagaios; uma coruja; uma aranha”, listou o analista ambiental e fiscal do Ibama, Roberto Cabral, em vídeo. Cabral atuou na investigação de maus tratos a 18 girafas importadas para o Brasil da África do Sul.

Antes de ser multado pelo Ibama, Agenor publicava em suas redes sociais diversas imagens com os animais silvestres listados. Após a intervenção do órgão, o influencer apagou os registros.

O fiscal afirma que o caso envolve uma série de animais “explorados de forma ilegal para se conseguir likes na internet”, o que é proibido no Brasil.

“Não é ribeirinho”

Ainda no vídeo, o fiscal do Ibama afirma que Agenor “não é ribeirinho” nem “hipossuficiente”, mas um fazendeiro, boiadeiro, influencer com milhares de seguidores. Cabral apontou que o influencer possui assessoria de marketing e jurídica, portanto, não desconhecia as leis. Agenor é estudante de Agronomia na Ufam, em Manaus, e poderia ter procurado o Ibama para entregar os animais silvestres que precisavam de ajuda, argumentou o servidor.

“Inclusive quando estavam retirando a capivara do Ibama, chegou o Corpo de Bombeiros levando um outro animal, uma capivara, para que o Ibama cuidasse dela. Então as pessoas tem o Ibama como referência”, pontuou.

A entrega da capivara Filó ao tutor ocorreu após uma confusão, onde a deputada estadual Joana Darc, que abraçou a causa do influencer, invadiu a sede do Ibama após demora na liberação do animal. A parlamentar confrontou servidores e tentou abrir a gaiola à força. O Ibama repudiou a intimidação.

Reintegração à natureza

Na avaliação do Ibama, a decisão judicial que tirou a capivara Filó do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) prejudica a reintrodução do animal à natureza. O órgão já reiterou que o objetivo é colocar Filó em uma unidade de conservação junto de outras capivaras.

“O melhor destino para a capivara não é ficar em uma casa, mesmo que seja num flutuante, lembrando que a área é desmatada e não existem capivaras no local”, disse Cabral, aludindo à propriedade de Agenor em Autazes (AM) onde o influencer cria Filó. “O melhor é ser realmente livre junto de outros de sua espécie. O Cetas é o início desse processo”, completou.

Assista o vídeo completo:

Veja seis matérias para entender o caso Filó:

1) Fazendeiro de Autazes que viralizou com a capivara Filó é multado por maus tratos pelo Ibama

2) Após acordo, influencer entrega capivara Filó ao Ibama

3) Vaquinha para ajudar Agenor da capivara Filó a pagar multa já passa de R$73 mil

4) Deputada acampa dentro de centro do Ibama pedindo liberação da capivara Filó

5) Juiz dá guarda provisória de capivara a influencer; leia a decisão na íntegra

6) Após invasão ao Ibama, deputada e influencer conseguem liberação de capivara

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1 comentário

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  1. Adelane disse:

    O animal nunca viveu com outros de sua espécie foi entregue quando nasceu ao Agenor. Se ele não tivesse acolhido filó quando nasceu ela teria morrido pos não tinha a mãe para amamentala, ele não cometeu nenhum crime…crime estão cometendo querendo soltar o animal em um ambiente onde ele nunca viveu.

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