
O teólogo e escritor Leonardo Boff e o apresentador Marcelo Tas. Foto: Divulgação
Nesta terça-feira (29/11), Marcelo Tas conversa com o teólogo, escritor e professor Leonardo Boff no programa “Provoca”. Ele conta na entrevista sobre a sua amizade com o Papa Francisco, critica o conservadorismo do Vaticano, fala sobre o perdão, seu livro “O Casamento Entre o Céu e a Terra: Contos dos Povos Indígenas do Brasil”, entre outros assuntos. O programa vai ao ar na TV Cultura, a partir das 21h.
Ex-padre, Boff começa a edição contando sobre sua amizade com o Papa Francisco. “Nós ficamos amigos no tempo em que ele era jesuíta, 1972, demos palestra juntos em Buenos Aires, ele falando sobre o carisma dos jesuítas e eu dos franciscanos”. E Tas pergunta: “me parece que ele te mandou uma foto?” “Lá de Roma, porque a gente se corresponde, pegou uma foto do arquivo dele e me mandou”, conta.
O teólogo fala sobre o que nós temos que aprender com os indígenas. “Eles são os nossos mestres e doutores na relação com a natureza, pede licença para entrar, se derruba uma árvore faz o rito de desculpa, porque diz vou ter que fazer um remo, uma porta, e planta outras duas. Nós perdemos essa intimidade e desrespeitamos a natureza”, diz Leonardo.
Em outro momento da edição, Tas pergunta se a igreja católica deveria se preocupar com o aumento dos evangélicos no Brasil. “Pelo número de católicos que temos, deveríamos ter 100 mil padres para atender a demanda. Temos 17 mil, sendo 8 mil estrangeiros (…) institucionalmente a igreja católica é um fracasso. E como ela quer impor o celibato, muitos não aceitam, querem amar, ter filhos, família, gostariam de ser padre, mas não desse jeito, então ela é culpada disso”, afirma Boff.
Por fim, o teólogo conta sobre sua conversa com o presidente eleito, Lula, quando estava na prisão. “Ele aprendeu a ser mais humilde, a escutar mais. Ele disse: ‘Boff, estou ligado aos movimentos sociais, sou um sobrevivente da fome (…), tenho 77, vou chegar aos 80 anos, então vou fazer uma política, a mais justa, equilibrada possível. No social quero radicalizar porque é a última chance que eu tenho na minha vida (…) quero ajudar os invisíveis’”.
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