Mario Frias deixa UTI após quatro dias internado por infarto

Mario Frias deixa UTI após quatro dias internado por infarto

O ex-secretário especial de Cultura Mario Frias deixou, na noite desta sexta-feira (8), a UTI onde estava internado desde segunda-feira (4) por causa de um infarto.

Em uma publicação no Twitter feita pela esposa do ex-secretário, Juliana Frias, foi informado que ele permanecerá internado em quarto comum, com “equipe médica monitorando os sinais e exames atentamente”.

“Por aqui ficaremos mais uns dias, dando um passo de cada vez”, escreveu Juliana.

Ela ainda agradeceu todas “as energias positivas e orações” que estão recebendo: “Mario, que susto você me deu.”

Infarto agudo do miocárdio

Mario Frias foi internado na noite de segunda-feira (4) devido a um quadro de infarto agudo do miocárdio. A informação foi divulgada na terça-feira (5) em boletim emitido pelo hospital Santa Lúcia, de Brasília.

De acordo com a nota, o ex-secretário foi submetido a um procedimento de cateterismo e angioplastia com retirada de trombos.

Em dezembro de 2020, Frias foi internado devido a um princípio de infarto. Na ocasião, foram colocados dois stents após procedimento de cateterismo. Entenda aqui por que algumas pessoas podem ter mais de um infarto ao longo da vida.

“Diante desse fato, infelizmente não comparecerei às agendas e compromissos firmados para os próximos dias. Agradeço a compreensão e conto com as orações de todos. Fiquem com Deus e até breve”, disse Frias em publicação no Twitter.

O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, acontece devido à morte das células de uma região do músculo do coração causada pela formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo.

De acordo com o Ministério da Saúde, a principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias causando a obstrução. Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco de desenvolvimento de infarto são o tabagismo e o colesterol em excesso. O comportamento favorece a formação e o acúmulo de placas de gordura, além de contribuir para o desenvolvimento de hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes.

De acordo com o médico cardiologista Carlos Rassi, do Hospital Sírio-Libanês de Brasília e professor de Cardiologia da Universidade de Brasília (UnB), pessoas que já sofreram infarto apresentam chances aumentadas de novos episódios.

“Todo paciente que infarta vai ser para o resto da vida um paciente de muito alto risco para ter novos eventos de infarto. A doença aterosclerótica, desenvolvida pelo somatório de vários fatores como idade avançada, diabetes, hipertensão, histórico familiar, tabagismo, sedentarismo, obesidade e estresse, normalmente acontece em vários locais, não somente em um vaso específico como as artérias do coração”, explica o médico.

Falta de cuidado

O especialista afirma que a falta de cuidado de outras condições de saúde, como a obesidade, o diabetes e a hipertensão, e a ausência na mudança de hábitos de vida, como a manutenção do tabagismo e do sedentarismo, também aumentam a probabilidade de novos infartos.

“Se não trata a hipertensão ou o diabetes, se não para de fumar, se não melhora hábitos alimentares e de atividade física, tudo isso faz com que a doença continue a se desenvolver. Mesmo fazendo tudo correto, pode desenvolver outros episódios. O tratamento diminui os riscos, aumenta a qualidade de vida, mas não zera os riscos”, alerta.

O médico cardiologista Helio José Castello Junior, coordenador da Hemodinâmica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo, afirma que o infarto requer cuidados médicos imediatos. O tratamento é cirúrgico ou medicamentoso, com uso de anticoagulantes, por exemplo.

“O indivíduo que começa a ter qualquer um dos sintomas normais de infarto, como dor no peito, sudorese, tontura e falta de ar, quanto mais rápido for ao hospital e se receber o atendimento ideal para desobstruir essa artéria com o cateterismo e a angioplastia, que é o implante de stent, ele vai derrubar o risco de morte de 35 a 40% para abaixo de 5%”, diz o especialista.

Além da prática regular de exercícios físicos, alimentação adequada e evitar o tabagismo, a prevenção de doenças como a aterosclerose, diabetes e obesidade contribuem para evitar o entupimento das artérias e o infarto.

Sinais e sintomas de infarto

O monitoramento regular das condições cardíacas permite a identificação precoce de possíveis alterações vasculares. Rassi recomenda que pessoas que já sofreram infarto realizem acompanhamento médico de uma a duas vezes ao ano e mantenham atenção aos sintomas.

Embora o infarto possa acontecer de maneira súbita, parte dos pacientes pode apresentar sinais que incluem dor ou desconforto na região peitoral que pode afetar as costas, rosto, braço esquerdo e, mais raramente, o braço direito.

O desconforto costuma ser intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre tórax. Esses sinais podem ser acompanhados de suor frio, palidez, falta de ar e sensação de desmaio. Em idosos, o principal sintoma pode ser a falta de ar.

“Existem pacientes que podem ter quadros que avisam previamente um infarto, como dor no peito, falta de ar, cansaço aos esforços que não tinha antes. Tudo isso são sinais que devemos ficar atentos. Nessas situações, procure um cardiologista para ser avaliado”, diz Rassi.

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