Eclipse lunar de 15 de maio: como observar a Lua de Sangue

Eclipse lunar de 15 de maio: como observar a Lua de Sangue

Em um único evento, os amantes da astronomia poderão desfrutar, entre a noite de 15 de maio e a madrugada do dia 16, do primeiro eclipse lunar total de 2022 e, simultaneamente, da chamada Lua Vermelha ou Lua de Sangue, um fenômeno no qual o satélite natural da Terra assume uma tonalidade avermelhada.

O satélite natural da Terra é fonte interminável de lendas e mitos. No eclipse lunar em maio de 2022, que será visível em toda a parte noturna do planeta, a Lua parecerá avermelhada.

Mas será que a Lua realmente fica vermelha? A resposta é não. Durante o eclipse lunar podemos ver da Terra como a cor da Lua muda devido à incidência de luz na superfície do satélite, explicou em entrevista à National Geographic Beatriz García, diretora do Observatório Pierre Auger na Argentina.

Ao contrário do Sol, que desaparece durante um eclipse total, a Lua não some. “O que acontece é que a Terra está posicionada entre o Sol e a Lua, mas, nos bordas do planeta, a radiação proveniente do Sol interage com a atmosfera, e esta luz, que chamamos de ‘branca’ e é composta de todas as cores, interage com as moléculas do ar, espalhando e mudando de direção”, descreveu García.

Mas nem todas as cores se dispersam ou mudam de direção no mesmo grau. O vermelho continua, quase não desvia da direção original, enquanto as outras cores sim. Assim, a luz que chegará em maior quantidade nos nossos olhos durante o eclipse serão os tons avermelhados. “Esse fenômeno de dispersão de luz é o que dá ao céu sua cor, e é por isso que ele parece azul claro. É isso que faz o Sol parecer vermelho no oeste”, explicou a astrônoma.

Nomes

Em resumo, durante um eclipse, a luz que passa pela atmosfera terrestre continua a passar e atinge a superfície da Lua. “É por isso que a vemos avermelhada, embora não seja um ‘vermelho sangue’, mas sim um tom alaranjado”, esclareceu García.

A Lua Cheia tem nomes diferentes de acordo com sua cor ou tamanho. Às vezes, parece avermelhada ou maior do que o normal. No entanto, de acordo com o site da Nasa, estas não são propriedades diretamente atribuíveis ao satélite natural.

“Essas mudanças na aparência estão frequentemente relacionadas à posição em relação ao Sol e à Terra”, diz a agência norte-americana.

De acordo com esta aparência e levando em conta as idiossincrasias de diferentes povos, cada Lua Cheia recebe seu próprio nome. Assim, tem-se a Superlua, a Lua de Morango, a Lua Azul e até mesmo a Lua Negra.

No caso da denominação Lua Vermelha ou Lua de Sangue, a referência tem a ver com a cor avermelhada que ela adquire, que está ligada à cor do sangue, embora, como García explicou, o vermelho seja mais parecido com a cor laranja.

“Este tipo de Lua ocorre durante os eclipses lunares totais”, acrescenta a agência americana.

Os mesmos nomes também são frequentemente usados para descrever o satélite natural quando ele aparece avermelhado por causa de partículas de poeira, fumaça ou neblina no céu.

Continente

De acordo com o mapa compartilhado pela Nasa, ambos os fenômenos serão totalmente visíveis na maior parte do continente americano, exceto no centro, norte e oeste da América do Norte, onde a visão será parcial, ou seja, só será visível quando a Lua se erguer no início do ciclo.

Por outro lado, os países da Europa Ocidental e Central, assim como o Oriente Médio e a maior parte da África (exceto os países da costa leste) terão uma visibilidade parcial do fenômeno, que será visível até a Lua se pôr, ou seja, ao final do evento astronômico.

Nas demais partes da Ásia e Oceania, o fenômeno passará completamente despercebido. Ao contrário de um eclipse solar, que depende da localização geográfica para ser visto, para poder observar um eclipse lunar só é necessário que seja noite.

O eclipse deverá começar às 22h32, horário de Brasília, de acordo com a agência norte-americana. O ponto máximo do eclipse lunar, o mais esperado pelos espectadores, é estimado para às 1h11. Aos ansiosos para ver a Lua Vermelha em seu esplendor, este é um momento-chave para se programar, pois o satélite terá alcançado cobertura total e a tonalidade avermelhada da dispersão da luz será mais visível.

A Lua também vai aparecer maior do que o normal. Isso acontece porque durante o eclipse, o satélite estará próxima de seu perigeu, a ‘apenas’ 362.126,5 km da Terra – no apogeu, a distância chega a 405 mil km.

As nuvens de cinzas presentes na atmosfera, produto da recente erupção vulcânica ocorrida em Tonga, no Oceano Pacífico, podem realçar o tom vermelho da Lua de sangue.

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