Com 35% do projeto em execução, o empreendimento turístico tem previsão para ser inaugurado antes do fim deste ano. O atraso na obra ocorreu devido à pandemia.
O garoto humilde da comunidade Boca da Valéria, que pintava telas com temas da fauna e flora da Amazônia para vender aos turistas na alta temporada das companhias de navios cruzeiros – que aportavam na comunidade – virou celebridade internacional e ao voltar a Parintins foi incentivado por amigos europeus a colocar em prática o Ecolodge.
“Quando o projeto iniciou em 2020, o projeto Boca da Valéria estabeleceu os padrões para o ecoturismo, promovendo práticas que protegem a vida selvagem, respeitando a cultura local, geração de empregos “, afirmou o artista.
O Ecolodge está sendo construído numa área de 1.261,89 m2, com estrutura que forma um charmoso complexo de chalés que remetem ao estilo balinês. A engenheira e designer Eliana Brelaz passou a assumir o projeto. O Ecolodge terá quatro suítes presidenciais, medindo 100m2, cada, com deck e ponte privativa, mais três chalés individuais e piscina.
Freyzer inspirou-se na história natural da região, incluindo suas culturas indígenas, cujas áreas foram adaptadas para esta atividade em um espírito de valorização, participação e responsabilidade. “Um dos maiores objetivos é capacitar os moradores a continuar a manter os mais altos padrões de sustentabilidade e conservação de suas terras e cultura”, avalia.
Serra da Valéria
A localização do hotel fica na boca da região da Valéria, banhado pelas águas do Rio Amazonas, zona rural de Parintins, na divisa com Juruti, no Estado do Pará. A comunidade fica a 30 minutos de lancha de Parintins, mas também é possível chegar à localidade por estrada, pelo porto da Vila Amazônia.
A região da Valéria é composta por cinco comunidades e é parada obrigatória, há mais de 40 anos, de cruzeiros nacionais e internacionais. A comunidade possui um rico sítio arqueológico, cujos artefatos sãos atribuídos os índios ceramistas Konduri, com vestígios de influência tapajônica.
“Como administradores da floresta tropical, os moradores têm uma profunda devoção a um modo de vida que pratica a reciprocidade e o cuidado com sua terra. Os moradores acreditam que o turismo é uma grande oportunidade para acolher a colaboração e troca de conhecimento com o mundo moderno. O turismo se tornara uma fonte de desenvolvimento econômico que é a chave para sustentar o modo de vida para as futuras gerações”, completou Freyzer.
Alí, na Serra de Parintins, também teria ocorrido um dos últimos conflitos da Cabanagem, uma revolta popular e social de mestiços, negros e índios, ocorrida entre 1835 a 1840 na antiga província do Grão-Pará (atualmente Pará, Amazonas, Amapá, Roraima e Rondônia), na época do Império.
Artista natural de Parintins
Freyzer Andrade, 32 anos, é artista autodidata, natural de Parintins, e pinta desde os 12 anos de idade. O celebrado artista tem obras pintadas para Chelsea, filha do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton; jogador Neymar; Aiko, a princesa Toshi, filha única de Naruhito, Imperador do Japão e Masako e dezenas de modelos internacionais.
Morando em Oviedo, Norte da Espanha, depois de conhecer mais de 80 países, Freyzer voltou ao Brasil em 2020, para colocar em prática o arrojado empreendimento o ‘Boca da Valéria Ecolodge’. É casado com a nutricionista parintinense Naina Pantoja Andrade.
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Ah lá o emoxinho de Parintins!!!!