Preços de mastruz e jambu sobem 200% por consumo contra covid-19

Muitas pessoas usam o mastruz no tratamento de doenças respiratórias. Foto: Divulgação

A crença de que o mastruz e jambu ajudam no combate à covid-19 provocou um aumento de 200% nos preços dos dois produtos nas feiras e supermercados de Manaus.

“Comprei um maço grande de mastruz e de jambu na feira por R$ 5 cada, em novembro. Agora, um maço pequeno de cada um deles está saindo por R$ 15”, afirma Lisângela Batista. Além das feiras, o produto também é encontrado em alguns supermercados da cidade, mas o preço é o mesmo ou até mais caro.

O mastruz é muito usado no tratamento de doenças respiratórias. Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Itabirito (MG) está investigando o potencial da planta como fitomedicamento – remédio de origem vegetal – para uso contra a Covid-19. O estudo está em fase preliminar e os pesquisadores alertam que o uso do mastruz como remédio caseiro pode representar riscos.

“O mastruz tem origem na América Latina e está presente no Brasil e em várias partes do mundo. Esta planta é relatada por muitos povos no tratamento de doenças respiratórias e a ela são atribuídas propriedades expectorante, cicatrizante, anti-inflamatória e antiviral, entre outras. A motivação do início das pesquisas do mastruz foram, portanto, as propriedades a ela atribuídas, hipoteticamente úteis para o combate a covid-19”, relataram os pesquisadores.

Os pesquisadores esclareceram que não há comprovação, até o momento, de que a planta seja um remédio caseiro para prevenção ou tratamento da Covid-19.

“Não podemos indicar o uso da planta como remédio caseiro. As pessoas têm tomado o chá, tendo ou não a Covid-19, como algumas têm relatado, inclusive porque a planta tem sido utilizada para diversos fins em todo o mundo. É evidente que mesmo um chá utilizado por pessoas em diversos países, como é o caso, pode ser prejudicial se for utilizado de forma errada e abusiva. É importante pontuar que, havendo a Covid-19, o uso da planta não dispensa os cuidados médicos, pois não existe, até onde temos conhecimento, estudos conclusivos que garantam que esta planta é remédio contra essa pandemia”, alertaram.

Os pesquisadores também alertam para os riscos aos consumir o produto. “Aqui, vale alertar às pessoas que consomem o mastruz por algum motivo, que as sementes e as flores, bem como a planta crua, podem causar intoxicação, conforme descrição na literatura científica. Destaque-se também que o mastruz é relatado como abortivo, não devendo ser consumido por mulheres grávidas”, finalizaram os pesquisadores.

 

Jambu

O jambu também é um fitoterápico que teria propriedades antifúngica, diurética, antiviral, antisséptica, antioxidante e anestésica. A planta pode ter diversas aplicações medicinais, podendo ser utilizada para: ajudar no combate de infecção por vírus e fungos; combater os radicais livres, evitando o envelhecimento precoce; ajudar a aliviar a dor de dente e de garganta; auxiliar no tratamento da tosse e do herpes; aumentar os níveis de testosterona no homem, possuindo, portanto, efeito afrodisíaco; ajudar a fortalecer o sistema imunológico, já que é rico em vitamina C.

É recomendado que o consumo e o uso do mastruz ou jambu para fins medicinais seja recomendado pelo médico ou fitoterapeuta, e não devem substituir o tratamento anteriormente indicado por um médico.

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