Arthur anuncia instituto para debater Amazônia e se diz à vontade para passar a Prefeitura

“O novo prefeito de Manaus tem um desafio e certamente vai se colocar à altura desse desafio. Eu torço por isso”, disse o prefeito Arthur Neto. Foto: Alex Pazuello/Semcom/Divulgação

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, falou sobre a transição de governo, na tarde desta quinta-feira (3), durante uma live transmitida direto das obras do Terminal de Integração 1 (T1, na avenida Constantino Nery), pelo seu perfil oficial no Facebook, durante a qual respondeu perguntas da imprensa. Além da entrega de uma Manaus com as finanças no “azul” para o prefeito eleito David Almeida, Arthur também conversou sobre a possível compra de alguma vacina contra a Covid-19 ainda durante o seu mandato e revelou que quer fundar um instituto para debater a Amazônia pelo Brasil e no exterior.

Perguntado se a realização das obras na cidade este ano – que se encontram na reta final para a conclusão – não representariam algum obstáculo financeiro ao novo prefeito, Arthur Neto comentou que deixa dinheiro para as obras que, por ventura, não sejam concluídas até o fim do seu mandato. “Quero lembrar que a Lei de Responsabilidade Fiscal é muito clara, eu não posso passar despesas para o próximo perfeito, e eu sigo a lei à risca. Sou uma pessoa consciente e experiente”, enfatizou.

Arthur também destacou que deixará para o próximo gestor de Manaus a situação financeira do município no “azul”. “Eu jamais deixaria no vermelho. Eu manejo bem a situação econômica e sei o quanto é importante você investir o dinheiro com perspectiva de retorno bom para a cidade. Obtive empréstimos nacionais e internacionais ao longo do meu governo, tudo bem calculado e dentro daquele espaço que a Lei de Responsabilidade Fiscal permite. Fora desse espaço é condenável, não faria isso jamais”.

Realizações

Arthur Neto se sente seguro para passar a cidade para o novo prefeito. “Passagem de comando é normal. As urnas decidiram e eu sou obediente às urnas. Sou democrata, não temo a democracia. Conheci prisão, meu pai conheceu a cassação, minha casa foi invadida, sofremos muito com o regime ditatorial. Então, não faria nada que contrariasse os princípios mais fundamentais da democracia”, frisou.

“Tentei ser o melhor prefeito para Manaus. Agora, espero que venham outros prefeitos que superem as minhas realizações. Está tudo montado para que trabalhem duramente pela cidade. Não posso fazer nenhum prognóstico sobre como vai ser a próxima gestão, mas depende muito do prefeito. Ele tem um desafio e certamente vai se colocar à altura desse desafio. Eu torço por isso!”, afirmou o prefeito de Manaus.

Arthur falou ainda sobre os ajustes fiscal (“Manaus é uma cidade que cabe no seu orçamento, não tem mais aqueles gastos irresponsáveis que já fizeram tanto mal à minha cidade.”) e previdenciário. “Nós tínhamos um déficit de R$ 3 milhões que virou um superávit de cerca de R$ 1,5 bilhão, em oito anos. É a previdência mais premiada do país”, lembrou. “Não deixei dívidas quando fui prefeito da primeira vez, e não vou deixar dívidas quando sou prefeito pela última vez. Amo essa cidade de verdade e jamais boicotaria ninguém que a governasse. Se eu estivesse no parlamento iria trazer recursos para cá”.

Vacina

Arthur Neto também respondeu sobre a compra de alguma vacina contra a Covid-19 pela prefeitura, e revelou que tem conversado com o governador de São Paulo, João Doria, a respeito desse assunto.

“Eu disse ao Doria que, tendo as vacinas, que pedisse um pouco a mais porque eu gostaria muito de pagar por 2,3 milhões frascos de vacina. Vou ligar para para saber como está essa situação e que, se não der tempo para o meu período de governo de encomendar, que ele receba o prefeito eleito com a mesma boa vontade que trata comigo. Se for o caso, esse acordo pode ser feito com o prefeito eleito. O importante é a vacina chegar aos manauaras e, como obrigação do governo do Estado, a todos os amazonenses que merecem o direito à vida e não devem ficar de fora dessa revolução que será a vacina contra o terrível novo coronavírus”.

Futuro político

A respeito do seu futuro político, se pretende concorrer nas próximas eleições ao Senado, governo do Estado ou à presidência da República, Arthur Neto disse que, no momento, não tem como falar nada a respeito. “Tenho que falar que minha grande disputa é entregar uma prefeitura organizada. Nós pavimentamos o caminho para que o meu sucessor faça uma grande administração. Estou procurando montar toda uma infraestrutura para que ele possa avançar em mobilidade urbana, para que possa perceber que pegou uma cidade organizada, com muito crédito”, disse.

“Presidência é uma coisa muito difícil para uma pessoa que não abandonou o Amazonas, apesar de ter sido convidado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para trocar meu título de eleitor para o Rio de Janeiro. Eu sempre respondi que ficava muito lisonjeado, mas meu compromisso é com a Amazônia, que eu sempre considerei a região mais estratégia e importante do Brasil, além de ser aquela que eu amo, que me fez largar a carreira diplomática para ficar aqui ao lado do povo”, completou o prefeito. “Como alguém que fica sem mandato, vou fundar um instituto para debater a Amazônia aqui e no exterior. Onde minha voz couber ela estará lá falando da nossa região”.

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