
Adail Filho renuncia e perde foro privilegiando, ganhando mais tempo para se defender de denúncia graves de corrupção na Prefeitura de Coari. Na foto, ele parece ao lado do pai e mentor da família, com muitas ramificações na estrutura política de Coari
O prefeito reeleito de Coari, Adail José Figueiredo Pinheiro, o Adail Filho, renunciou ao cargo. Ele enviou comunicado à Câmara Municipal, ontem (18/11), dizendo que se afasta “para tratar Covid-19“. “Isso se dá em virtude de problemas de saúde que venho enfrentando, ao longo de mais de um ano”, enfatiza. O quadro se agravou em virtude “do Covid-19, que fui acometido há pouco, enfermidades essas que exigem um tratamento médico mais eficaz e intensivo”.
A renúncia é apenas ao mandato atual, que termina no dia 1º de janeiro. Adail Filho planeja retornar para posse e mandato, nos quais foi eleito dia 15/11, período 2021-2024.
A renúncia revelou que o clã dos Pinheiro tem planos de continuar no poder. O cargo seria assumido, por cerca de 40 dias, pelo presidente da Câmara Municipal de Coari, Keyton Pinheiro. Ele é primo de Adail Filho. Mas Keyton renunciou à presidência, dizendo ter “planos futuros” e temendo ficar inelegível.
Jeanny Pinheiro, também prima de Adailzinho, será a prefeita no mandato interino.
A vice-prefeita eleita em 2017, Mayara Pinheiro, a Dra. Mayara, se elegeu deputada estadual e renunciou. Ela é irmã de Adail Filho.
Operação Patrinus, doença e tratamento
O prefeito renunciante estaria adotando uma estratégia jurídica para driblar o processo relativo à Operação Patrinus. Trata-se de investigação comandada pelo Ministério Público Estadual do Amazonas (MPAM), para investigar fraude em licitações, lavagem de dinheiro e corrupção da estrutura de poder em Coari.
Com a renúncia, Adail Filho perde o foro privilegiado, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), e o processo volta para julgamento na Comarca de Coari.
Controvérsia
O novo mandato de Adail Filho também está sub-judice. Há uma impugnação pendente de julgamento. Adversários do prefeito eleito afirmam que o mandato 2021-2024 será o terceiro consecutivo no núcleo familiar, o que é vedado pela legislação eleitoral.
Adail Filho alega que o primeiro mandato, exercido pelo pai, Adail Pinheiro, foi alvo de cassação, o que anula todos os votos. Isso, na interpretação da defesa dele, funciona como se os votos nunca tivessem existido.
O prefeito de Coari se reelegeu com 59,45% dos votos válidos. O segundo colocado, Robson Tiradentes Jr., ficou com 23,74%.
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