Estudo identifica remédio que pode reduzir mortes de pacientes graves com Covid-19

Foto: Divulgação/Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira

Nesta terça-feira (16/6), cientistas britânicos divulgaram informações, ainda preliminares, sobre um estudo que identificou um medicamento que pode ajudar na recuperação de pacientes graves com a Covid-19. Conforme os pesquisadores, o remédio é um tipo específico de corticoide comum, barato e disponível em todo o mundo. Agências de notícias nacionais dizem tratar-se da dexametasona.

De cordo com informações do Bem Estar, mais de 2.000 pacientes participantes do estudo receberam o remédio. Eles foram comparados a 4.300 que receberam os cuidados de praxe.

O ensaio clínico ‘Recovery’, liderado por pesquisadores da Universidade de Oxford, indicou que a droga reduz a mortalidade entre os doentes muito graves, que precisam de respiração assistida, e também entre os que necessitam de oxigênio.

Martin Landray, professor de medicina e epidemiologia do Departamento de Saúde da População da Universidade de Oxford, é um dos líderes do estudo. Ele destacou o fato de o remédio estar disponível no mundo todo.

Além disso, por ser barato, o remédio pode ajudar países pobres que têm registrado número alto de pacientes com a infecção.

“Os resultados preliminares do estudo Recovery são muito claros. O remédio reduz o risco de morte em pacientes com complicações respiratórias graves. A Covid-19 é uma doença global. É fantástico que o primeiro tratamento que demonstradamente reduz a mortalidade esteja instantaneamente disponível em todo o mundo”, afirmou.

Os cientistas afirmaram que, em breve, os resultados completos do estudo se tornarão públicos.

O remédio usado no estudo seria a dexametasona. Foto: Reprodução/YouTube

Eficácia

Segundo os pesquisadores, para os pacientes que estão em aparelhos respiradores, o risco de morte cai de 40% para 28%. Entre os que recebem oxigênio, a chance de morrer reduziu de 25% para 20%. Em pacientes com mais leves, o medicamento não apresentou benefícios.

Na avaliação dos pesquisadores, até 5.000 vidas teriam sido salvas se o remédio tivesse sido administrado em pacientes com Covid-19 no Reino Unido desde o começo da pandemia.

Uma reportagem do Bem Estar destacou que o estudo que identificou esse remédio foi feito com outros medicamentos. No início deste mês, a pesquisa apontou que a hidroxicloroquina – medicamento usado para tratar pacientes com malária – não demonstrou benefícios contra o novo coronavírus.

Comparando com outros medicamentos

O medicamento estudado já é usado para reduzir inflamações em várias outras doenças. Pelas análises, ele também ajuda a interromper os danos que podem ocorrer quando o sistema imunológico entra em ação enquanto tenta derrotar o novo coronavírus. Essa reação, por vezes exagerada do corpo, em muitos casos, acaba sendo fatal. É os que os especialistas chamam de ‘tempestade de citocina’.

Um outro remédio que já tinha trazido resultados positivos contra a Covid-19 era o antiviral remdesivir – medicamento que parece reduzir o tempo de tratamento.

Já o corticoide citado pelos britânicos é o primeiro a reduzir a mortalidade nos casos graves.

“Como temos insistido desde o início da pandemia, os estudos clínicos randomizados e com grupo de controle é que devem nortear nossa conduta de ‘como tratar Covid-19’. (…) Medicação barata e de acesso universal. Dia histórico no tratamento da Covid-19”, comentou o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns da Cunha.

 

Fonte: Bem Estar (Rede Globo), UOL e El País

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