Coronavírus se espalha por toda Manaus e atinge mais adultos, em razão da baixa adesão ao isolamento

Coronavírus se espalha por toda Manaus e atinge mais adultos, em razão da baixa adesão ao isolamento

Coronavírus se espalha por toda Manaus e atinge mais adultos, em razão da baixa adesão ao isolamento. Foto: Divulgação

A capital do Amazonas já registra casos do novo coronavírus em todos os 63 bairros oficiais da cidade. Os dados foram divulgados em Boletim da Situação Epidemiológica de COVID-19 da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).

De acordo com o boletim, os primeiros casos confirmados da doença foram de residentes de bairros da zona Oeste de Manaus. Porém, nas semanas seguintes observou-se a dispersão do vírus para os bairros adjacentes, alcançando, a partir do dia 22 de março, as áreas mais populosas da zona Norte.

Atualmente, 94% (59) dos bairros apresentam incidência maiores que a média nacional (59 casos/ 100 mil hab.). Confira o mapa:

Progressão

Até a data da contabilização do boletim (06/04), o estado estava com 9.243 casos positivos para COVID-19. A evolução temporal dos casos mostra que a epidemia está em fase de progressão, tanto na capital como no interior.

Nas últimas semanas, houve aumento da proporção de casos nos municípios do interior. Destaca-se que, do total de casos no Estado, 40% (3.769) são de residentes das cidades interioranas. Veja a evolução abaixo:

Amazonas

Até o dia 28 de março, a ocorrência da doença estava restrita à capital e 4 municípios. Nas semanas seguintes, houve propagação da infecção para outros municípios, atingindo, principalmente, a região Metropolitana e o Alto Solimões.

Atualmente, há casos confirmados de COVID-19 em 54 (87%) municípios do Amazonas. Santo Antônio do Içá (954 casos/100 mil hab.) e Manacapuru (647 casos/100 mil hab.) são as cidades com maiores taxas de incidência da doença no Estado. Confira:

Taxa de incidência

No Amazonas, a taxa de incidência média de COVID-19 é de 223 casos por 100 mil habitantes, 3 vezes superior à taxa média nacional que é de 59 casos por 100 mil hab. As regionais com maiores incidências são Alto Solimões e Rio Negro e Solimões, com 322 e 301 casos por 100 mil hab., respectivamente.

Óbitos

Até o dia 6 de maio, foram registrados 751 óbitos por coronavírus. Desse total 71% (532) ocorreram na capital e, 29% (219), no interior.

A análise da distribuição dos óbitos por regional de saúde aponta que 77% (577) ocorreram na Regional Entorno de Manaus e Rio Negro. A taxa de letalidade por COVID-19 no Amazonas é de 8,1%. Já a taxa de mortalidade pelo vírus no estado é de 18,1 óbitos por 100 mil hab.

Forma grave

Do total de casos confirmados, 16,4% (1.512) desenvolveram a forma grave da doença e preencheram os critérios de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Destaca-se que, no dia 6 de maio, haviam 404 pacientes internados com confirmação para COVID-19 e, destes, 39,4% (159) encontravam-se em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Manaus concentra o maior número de casos de SRAG confirmados para coronavírus, uma vez que a capital possui a maior parte da rede de urgência e emergência do Estado com 78,7% (1.190) dos pacientes internados até o dia 6. No interior, Maués e Manacapuru são os municípios com maior número de casos graves, com 3,9% (59) e 3,3% (50) registros, respectivamente.

Sexo e faixa etária

A análise da distribuição dos casos de COVID-19 por faixa etária, mostra que mais de 70% das notificações são de pessoas com idade entre 20 e 59 anos, as quais abrangem a maior parte da população economicamente ativa no estado.

O boletim diz que, possivelmente, essa maior proporção de casos em adultos se deve à baixa adesão às medidas de isolamento social.

Mais graves são homens

Com relação ao sexo, 52,6% dos casos são de pessoas do sexo masculino e 47,4% do feminino. Entre os casos graves de COVID-19, a maior proporção foi de pessoas do sexo masculino, corresponde a 64,6% (976) dos casos.

Com relação ao sexo, 52,6% dos casos são de pessoas do sexo masculino e 47,4% do feminino. Entre os casos graves de COVID-19, a maior proporção foi de pessoas do sexo masculino, corresponde a 64,6% (976) dos positivos.

Com relação à faixa etária, 48,1% (727) dos pacientes internados têm idade de 60 anos ou mais. Do total de casos que evoluíram para óbito, 68,2% (512) são do sexo masculino. A faixa etária com maior registro de óbitos foi a de 60 anos ou mais.

Indígenas

Dos casos graves da doença, observa-se que mais de 80% ocorreram na população autodeclarada como pertencentes ao grupo pardo.

Já nos indígenas, os graves e óbitos correspondem a 1,9% e 1,5%, respectivamente. Dentre as etnias indígenas com maior número de casos confirmados estão a Kocama (06 casos), Baré (06 casos) e Saterê-Mawé (05 casos).

Sintomas e fatores de risco

Os sinais e sintomas mais frequentes entre os casos graves de COVID-19 foram: febre (92,3%), tosse (91,6%), desconforto respiratório (83,5%) e dispneia (83,1%). Confira os outros na imagem abaixo:

Dos 1.512 casos graves de coronavírus, 74% (1.126) possuíam pelo menos um fator de risco/comorbidade, com destaque para a proporção de idosos (≥60 anos) que foi de 65% (983). Em seguida, 32% (484) dos casos graves apresentavam doença cardiovascular e 31% (468) diabetes mellitus.

Entre os óbitos por COVID-19, 83% (625) apresentavam fatores de risco, sendo idosos, doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão, as principais comorbidade associadas

Tempo médio

O tempo médio entre o início de sintomas e o óbito pelo vírus foi de 10 dias. Do total de óbitos pela doença, 5% ocorreram nas primeiras 48 horas após a data do início de sintomas.

Uma possível redução nos óbitos pode ser explicada pelo aumento da oferta de atendimento assistencial em tempo oportuno e a identificação precoce dos sinais e sintomas relacionados com o agravamento da doença.

Atualmente

O último boletim divulgado pela FVS neste domingo (10), mostra que o Amazonas chegou a 12.599 casos confirmados e 1.004 óbitos pelo coronavírus. Além disso, ainda há 4.582 pessoas em isolamento domiciliar e 6.597 fora do período da quarentena e que se recuperaram da doença.

Reportagem: Fabrinne Guimarães

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