Apagão de transporte aéreo no interior atinge mais de 500 mil pessoas

Interior

Deputado Sidney Leite fez a denúncia.

Pelo menos 537 mil pessoas que moram no interior do Amazonas ficarão isoladas por via aérea com a retirada dos voos ofertados pela companhia MAP Linhas Aéreas. A informação é do deputado federal Sidney Leite (PSD), que denunciou o caso em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (19).

A empresa atendia nove cidades do Amazonas: Manaus, Parintins, Lábrea, Carauari, São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Tefé, Eirunepé e Coari e, desde que foi adquirida numa transação comercial pela Passaredo Linhas Aéreas, em agosto deste ano, começou uma espécie de desmonte de suas operações no Estado.

Com essa decisão, pelo menos 537 mil pessoas que residem nesses municípios, que englobam as calhas do Alto Juruá, Médio Solimões, Baixo Amazonas, Purus e Negro, ficarão desassistidas.

“Ou seja, grande parte da população amazonense está no isolamento. Regiões, essas, que uma viagem de barco demora dias para completar o deslocamento até a capital amazonense, por exemplo. Esse transporte é necessário e importante para estas regiões do Amazonas”, disse Leite.

Com a retirada dos voos do Amazonas, a MAP/Passaredo passa a atuar mais fortemente em voos municipais em São Paulo, a partir do Aeroporto de Congonhas, com os slots (vagas em aeroportos) que adquiriu depois da retirada da Avianca das operações.

Voos cancelados

No dia 19 de outubro, um sábado, após anunciar a suspensão de operações nas cidades de Porto Trombetas (PA), Coari e Eirunepé, um voo da MAP Linhas Áereas, de número 5934, com destino a Eirunepé e escala em Tefé, foi cancelado após os passageiros esperarem mais de 8 horas no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.

No dia seguinte, domingo (20), a aeronave embarcou para Eirunepé por volta das 4h, mas segundo relatos de passageiros, teve uma pane e só seguiu viagem de Tefé para Eirunepé mais de três horas depois.

Passageiros também estariam isolados em Carauari e houve cancelamento de um voo para Parintins.

A reclamação de passageiros é que não foram avisados com antecedência das mudanças e sobre a possibilidade de ficarem retidos em cidades após voarem com a companhia.

Suspensão

À época, a MAP informou que a suspensão dos voos temporariamente valia a partir de 21 de outubro. A medida, conforme a empresa, se faz necessária até que sejam realizadas as adequações dos referidos aeroportos quanto a requisitos operacionais exigidos, a cargo de cada uma das administrações aeroportuárias. Em razão desta mudança da malha, ficaram também suspensos temporariamente os voos em Tefé.

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