
Entre 9 primeiros réus julgados estão acusados de decapitar, esquartejar e matar no Compaj. Veja quem são. Fotos: Raphael Alves/ TJAM
Entre os 9 primeiros réus que começaram a ser interrogados acusados de participar da chacina ocorrida no dia 1.º de janeiro de 2017, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que resultou na morte de 56 internos, estão presos acusados de decapitar, esquartejar e matar na cadeia naquela data.
Imagens de segurança e vídeos compartilhados no WhatsApp, além de diversos testemunhos, ajudaram a apontar a participação de cada envolvido no massacre, um dos maiores do Brasil e do Amazonas.
Entre 9 primeiros réus
Entre eles consta Fábio Rocha Freire, identificado por imagens de câmeras e vídeos, como membro de um grupo responsável por mortes, decapitações e esquartejamento. Na denúncia apresentada pelo Ministério Público (MPAM), Fábio é apontado como autor da morte de “Maelson do PCC” (facção criminosa Primeiro Comando da Capital), conforme testemunha confidencial.
A partir de imagens e dos vídeos produzidos pelos próprios internos participantes da rebelião, o detento faz parte do grupo de 33 denunciados que participam ativamente da ação, abrindo as portas para o massacre.
Esse grupo usa agentes de socialização como escudo humano e consegue chegar até o portão limite, onde domina a área da guarda da Polícia Militar. Na sequência, tomam a portaria 3 e invadem o chamado Seguro, mantendo agentes como reféns.
Esquartejador
Outro detento ouvido é Fernando Corrêa Neto, rebelado apontado como autor de esquartejamento de vítimas. Francimar de Moraes Almeida portava arma de fogo e usava colete balístico durante o massacre. Já Francisco Adriano Oliveira da Silva, conforme testemunha, também estava armado e teria executado vários internos. Também está na lista Frank Conceição Ramos.
Francisco das Chagas da Silva Lyra foi acusado de esquartejar vários corpos no massacre, assim como Francisco Elielson dos Santos Sena e Francisco Ferreira da Silva. Ferreira é um dos 42 internos que estavam na inclusão, na cela 1, e que teria sido poupado por ser considerado “irmão da bênção”.
Francisco Hernandes Araújo Gomes Júnior, o “Ben 10”, foi identificado no processo como autor de esfaqueamento e empurrando internos do forro dos pavilhões.
Tribunal do Júri
A 2.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus começou nesta terça-feira (1) o interrogatório dos réus acusados de participação na chacina ocorrida no dia 1.º de janeiro de 2017, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que resultou na morte de 56 internos. Os interrogatórios vão acontecer até esta sexta-feira (4) e, depois, serão retomados na próxima semana.
O juiz de direito titular da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, Anésio Rocha Pinheiro, presidiu a audiência, que teve a promotora de justiça Clarissa Moraes Brito representando o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM). Além de advogados particulares, três defensores públicos acompanharam a audiência: Victória Carolina Ferreira Bandeira, Ellen Cristine Melo e Eduardo César Rabello Ituassu.
Foragido
O interrogatório foi realizado no Salão Nobre do Fórum Ministro Henoch Reis e foram ouvidos nove réus da Ação penal 0211368-07.2018. O réu Felipe Silva e Silva estava na relação para ser ouvido, mas se encontra foragido.
Nessa fase da instrução do processo que vitimou 56 presos no Compaj, em 2017, serão ouvidos os réus presos no sistema prisional da capital. Os réus que se encontram em presídios federais (no total de 17) serão ouvidos por carta precatória, já expedidas.
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