Quebrado o segredo e acelerada a produção de mudas do tucumã do X-Caboquinho

Foto: Agência de Notícias Embrapa

Encontrar soluções para a germi­nação e a produção de mudas do tucumã é um dos desafios dos cientistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrap). A fruta é sucesso na culinária amazonense em vários pratos com o tradicional X-Caboquinho.

Tanto o tucumã do Amazonas quanto o do Pará apresentam endocarpo resis­tente, o que leva a um índice baixo de germinação. O pesquisador Jéferson Macedo, da Embrapa Amazônia Oci­dental, em Manaus, conta que a planta em condições naturais precisa romper esse caroço e o trabalho dos pesquisadores é acelerar esse pro­cesso. “Então do ponto de vista da produção estamos superando essa dormência da semente”, afirma.

Com um sistema eficiente de produ­ção de mudas será possível disponibi­lizar materiais para plantação visando estabelecer plantios comerciais.

A Embrapa trabalha na identificação dos tucumanzeiros nas áreas de pro­dutores, selecionando plantas que apresentam alta produção de fru­tos, com tamanho adequado e ainda com maior concentração de óleo na polpa.

Com os dados anotados, os pesquisadores estudam as caracte­rísticas dessa planta como o tama­nho, produção de frutos e número de cachos que produz.

Produção de mudas

A Embrapa já possui um sistema com técnicas que o agricultor pode utilizar para produzir mudas a partir do tucumã do Amazonas.

“Após a sele­ção das matrizes no campo, é reti­rado o fruto para limpeza e secagem em condições naturais. Depois quebramos a semente para soltar a amêndoa, o que chamamos de soltar o coquinho. Depois de seco, o coqui­nho volta a ser reidratado, passando de uma até duas semanas imerso em água, que deve ser trocada periodi­camente”, explica Macedo.

As sementes então são colocadas para germinar em tubetes, em canteiros com areia e em cantei­ros com serragem. “ A partir daí já observamos a germinação a partir do 30º dia”, explica o pesquisador.

Coleção

No âmbito do projeto Propalma, a Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, tem um banco de germo­plasma e a Embrapa Amazônia Oci­dental, em Manaus, está estabe­lecendo uma coleção de trabalho com esta palmeira e já mapeou 22 municípios do Amazonas para coleta, germinação e plantação visando o melhoramento genético.

Ganho econômico

A aceleração da produção de mudas certamente beneficia também o segmento da culinária.

Desde pratos tradicionais, como o X-Caboquinho, a pratos da alta gastronomia, são carro-chefe para o Amazonas atrair e incentivar o consumo, tanto por parte do morador do Estado quando dos turistas.

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *