Rocam prende esposa do narcotraficante Marcos Pará, condenado pela morte de delegado com João Branco

Com tornozeleira eletrônica, “Estrela” é apontada como chefe do tráfico de drogas no Alvorada, zona Centro-Oeste, e foi detida com uma arma de fogo e dinheiro em espécie. Foto: Divulgação

Policiais militares das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) prenderam, em flagrante, Luciana Uchoa Cardoso, a “Estrela”, esposa do traficante Marcos Roberto Miranda da Silva, “Marcos Pará”, condenado pela morte do delegado Oscar Cardoso e que cumpre pena no presídio federal do Rio Grande do Norte.

Com tornozeleira eletrônica, “Estrela” é apontada como chefe do tráfico de drogas no Alvorada, zona Centro-Oeste, e foi detida com uma arma de fogo e dinheiro em espécie.

Terror

Apontada como o terror do Alvorada, em vários áudios que circulam em grupos de WhatsApp, moradores relatam pânico diante das ações da mulher do narcotraficante. Luciana é suspeita de ser mandante da morte da recepcionista Bruna Freitas, 23, que trabalhava no restaurante Barollo, executada a tiros na Colônia Japonesa.

Esposa de Marcos Pará, Luciana foi apontada no ano de 2015 pela Polícia Federal como a responsável pela contabilidade e lavagem do tráfico comandado pelo marido. Atualmente, ela cumpria prisão domiciliar e usa tornozeleira eletrônica, conforme a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).

Condenação

O narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco, um dos líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN), foi condenado a 30 anos e 2 meses de prisão, em regime fechado, pelo assassinato do delegado da Polícia Civil, Oscar Cardoso. O crime ocorreu em 2014. A sentença foi proferida ano passado, no dia 14 de abril, por volta de 1h.

A Justiça começou a julgar quatro acusados de participação na morte. Além de João Branco, foram condenados Marcos Roberto Miranda da Silva, o “Marcos Pará”, a 25 anos e 11 meses de detenção; Diego Bruno de Souza Moldes, que levou 25 anos e 11 meses; e Messias Maia Sodré, condenado a 21 anos e 4 meses.

Dentro do presídio

Segundo o Ministério Público, João Branco teria planejado a morte do delegado Oscar na tentativa de se vingar de quem havia participado de suposta tortura e estupro de sua companheira, e acreditava que o delegado, que fazia parte de um força tarefa da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), estaria envolvido.

Homicídio doloso

Oscar Cardoso foi executado com 20 tiros no dia 9 de março de 2014, quando estava numa peixaria, localizada no bairro de São Francisco, zona Sul de Manaus.

Os réus foram condenados pelos crimes de associação criminosa e homicídio doloso, por motivo torpe, meio cruel e por impossibilidade de defesa da vítima.

Crime planejado de dentro do Compaj

De acordo com os autos do processo, João Branco teria planejado o crime de dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Os quatro réus, além de mais dois participantes que foram posteriormente assassinados, teriam utilizado um veículo Fiat Siena branco para efetuar o crime que depois foi incendiado na tentativa de ocultar a prova.

O júri desses quatro réus envolve o trabalho de 78 servidores, entre magistrado, promotores de Justiça, servidores do Judiciário, oficiais de Justiça, além de policiais militares e federais – estes devido à escolta do réu Marcos Roberto Miranda da Silva, o “Marcos Pará”, que está preso no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e foi intimado a comparecer ao julgamento.

O Conselho de Sentença foi composto de sete jurados, sorteados um pouco antes do início do julgamento, e que decidem a culpabilidade ou não dos réus.

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