Médicos podem parar a qualquer momento, após frustração em encontro com Carlos Almeida

Os médicos de empresas que prestam serviços na rede hospitalar do Estado saíram frustrados com o resultado da reunião realizada na tarde desta segunda-feira (28/01) com o vice-governador e secretário de Estado de Saúde, defensor público Carlos Almeida. Os profissionais estão com salários atrasados há três meses, mas a proposta do Governo é de pagar apenas o proporcional de 65% do salário de dezembro/2018. Nos bastidores, a categoria já discute uma paralisação das cirurgias eletivas, que pode começar a qualquer momento.

O Sindicato dos Médicos do Amazonas (SIMEAM) e o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM) divulgaram nota alertando a população para o grave quadro da saúde do Estado. “A categoria gostaria de alertar a população sobre o grave desabastecimento existente na rede estadual de saúde, condições precárias de atendimento, que são de responsabilidade do Governo, e falta de pagamentos aos profissionais médicos superior a 03 meses”, diz a nota, assinada pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas,Dr. Mário Vianna.

 

Leia a íntegra da nota do Simeam e CRM

O Sindicato dos Médicos do Amazonas (SIMEAM) e o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM) vem a público registrar suas preocupações com a Saúde Pública do Estado. 

Os números apresentados pelo Secretário Estadual de Saúde demonstram que os recursos destinados pela Administração são insuficientes para honrar com os compromissos essenciais junto aos profissionais médicos que prestam atendimento através das Empresas Médicas terceirizadas, assim como demais prestadores de serviço.

Após sucessivas trocas de Governo, pudemos observar um discurso reiterado no sentido de reduzir postos de trabalho dos médicos no serviço de Urgência/Emergência, não recompor as perdas de inflação no valor da remuneração dos profissionais, que ocasionaram drástico achatamento no valor de plantão, substituição da mão de obra por Organizações Sociais (OS), que frequentemente estão envolvidas nos escândalos de corrupção e são em grande parte responsáveis pela falta de recursos existentes hoje, além da tentativa deliberada de transmitir a imagem para população de que a culpa do caos atual é da classe médica.

Diante deste cenário, ocorre o descumprimento das obrigações previstas na própria Lei Geral de Licitações 8.666, considerando o atraso sistemático superior a 90 dias no pagamento pelos serviços prestados, e inclusive muito superior a isso em diversas Fundações e outras Unidades. Isto ensejaria até mesmo a entrega dos contratos pelos prestadores de serviço.

A vida pessoal dos profissionais médicos encontra-se devastada pela incapacidade de honrar suas contas, pois como qualquer outro trabalhador, o médico necessita receber no final do mês. Se vê obrigado ainda a trabalhar em Unidades sucateadas, sem medicamentos ou insumos básicos. E o SIMEAM e o CRM não aceitarão que estes médicos sejam responsabilizados perante a opinião pública pelo caos na saúde!

Diante do exposto, a categoria gostaria de alertar a população sobre o grave desabastecimento existente na rede estadual de saúde, condições precárias de atendimento, que são de responsabilidade do Governo, e falta de pagamentos aos profissionais médicos superior a 03 meses. A categoria tem feito todo sacrifício possível até o momento para seguir atendendo diariamente a população que mais precisa, e tem evitado assim uma tragédia muito maior.               

Subscrevem essa nota em conjunto com o SIMEAM e o CRM os médicos das seguintes empresas de especialidades médicas prestadoras de serviços à Susam: ICEA, COOPANESTE, IGOAM, ITOAM, IMED, COOPERCLIM, COOPANEO, COOPED, COOAP, SAAP, CNA, CARDIOBABY, COOPATI, UNINEFRO, UNIVASC.           

Anestesiologistas

Os anestesiologistas que atuam na rede hospitalar de Manaus não receberam os salários de outubro, novembro e dezembro de 2018, segundo a presidente da Associação de Anestesiologia do Estado do Amazonas (Assaeam), Dra. Chang Yen Yin, que também divulgou nota nesta segunda-feira de apoio aos profissionais. Os médicos atuam em hospitais de urgência e emergência, em cirurgias eletivas, hospitais infantis e maternidades de Manaus.

“Está terminando janeiro e o Governo diz que não tem dinheiro, que a dívida não é deles. Só que a dívida é do Estado, não é do governador. Os profissionais estão cumprindo com os plantões, atendendo pacientes em todas as situações, mesmo com falta de material adequado. Queremos receber por um serviço que estamos prestando”, observou.

Chang também alerta para a situação nos municípios do interior. “Em São Gabriel da Cachoeira não recebem desde agosto e em Tabatinga desde setembro”, informa.

Uma anestesiologista que não quis se identificar disse que a situação está insustentável. “Temos contas para pagar como qualquer pessoa. Vivemos do nosso salário e temos que sustentar nossas famílias. Estamos com salários atrasados há três meses”, reclamou.

Veja também
3 comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Icardo disse:

    Isso é um absurdo!!!!
    Pq so a saúde tem a receber 65%??????, out , nov e dez atrasados.
    Enquanto o Executivo, Legislativo e o Judiciário estão recebendo rigorosamente em dia??????
    Para que serve a Assembléia, qual a utilidade????????
    Greve já!!!!!!
    Paralização Já!!!!!!!
    Governo de merda!!!!!!!

  2. Carlos Oliveira disse:

    bom dia MS.
    Ouvi agora sobre a paralisação dos médicos e aqui na UBS csntro-oeste, no conjunto Ajuricaba, a distribuição de senha, que se inicia 6h, terminou as 6:30, mas que amanhã terá mais senhas dispomíveis. Acho que os médicos já ensaiam parar.
    bom dia.

  3. Lincoln falcao disse:

    Ai vcs matam as pessoas se negando a atender …. quem sao as vitimas nisso tudo..