Grupo Jurubebas apresenta espetáculo “A Morte do Cisne”, neste sábado, em Manaus

Foto: Divulgação

O Grupo Jurubebas de Teatro apresenta, neste sábado (10), uma versão da obra “A Morte do Cisne”, no Teatro da Instalação, às 19h, no Centro de Manaus. Nesta versão, o público passa a ver o cisne de outros ângulos, sejam eles físicos ou psicológicos, a partir da utilização de aparelhos circenses, que dialoga com a vida e a morte de forma direta. A obra é de Mikhail Fokine, que em 1905, coreografou a primeira versão de “A Morte do Cisne” para a bailarina Ana Pavlova como um solo de balé clássico na Rússia, se tornando uma das obras mais contempladas e conceituadas do mundo.

“A partir do momento que a gente quebra essa estrutura do balé e põe um aparelho de circo levamos a história para um lugar de subjetividade. A gente passa a ver naquela figura pesada um ser que precisa de ajuda”, diz Felipe Maya Jatobá, que assina a direção do espetáculo, último do repertório da companhia, junto com André Angeli.

Para desenvolver a versão contemporânea, Felipe, André e Herberth Virgínio se debruçaram sobre a história por trás do poema “The Dying Swan”, de Alfred Tennyson, que conta a história de um cisne antes de sua morte. Contextualizando para a atualidade, o desejo pela interrupção da vida tem frequentes debates em sociedade; considerado um tabu, cerca de 800 mil pessoas por ano comentem suicídio, segundo a Organização Mundial da Saúde (dados divulgados em 2016 e referentes ao ano de 2012).

“A cada 30 segundos uma pessoa no mundo dá um passo sem volta. Em uma sociedade presa num sistema de mercado, a morte voluntária acontece frequentemente e ainda assim continua a ser silenciada. Onde a Morte do Cisne está presente na minha vida? Está ao meu redor, nas pessoas que passam por mim, nos transtornos mal cuidados e na dor que sou proibido de externar”, afirma André.

Integrante de outros grupos de dança, André compartilhou sua experiência para a construção do espetáculo pelo Grupo Jurubebas, promovendo um novo olhar sobre o teatro-dança. O espetáculo é considera um “braço” do processo de criação do espetáculo “Menino TK”, pois foi a partir do processo de pesquisa para a peça infantil que se desenvolveu o processo criativo do espetáculo adulto.

“’Menino TK’ e ‘A Morte do Cisne’ têm em comum, além do fato de serem pássaros contanto sua história de vida, um desejo que supera suas próprias forças”, afirma Felipe, que também assina a direção de ‘Menino TK’.

Pautado em temas ligados às relações humanas, o grupo trabalha a partir da perspectiva de quem observa em seus próprios integrantes as mazelas psicológicas que os afligem e sua relação com a cidade de Manaus. A versão do grupo foi apresentada na primeira edição da Mostra de Artes Cênicas Processo Aberto em 2017, no Centro Cultural Usina Chaminé, e na Mostra de Teatro do Amazonas, no Teatro Amazonas em 2018.

A obra participou da seletiva de diversos festivais universitários este ano, ficando como suplente no Festival Internacional de Teatro de Dourados e pré-selecionado na primeira etapa do Festival de Teatro Universitário do Rio de Janeiro.

A Companhia

O Grupo Jurubebas de Teatro surgiu do desejo de compartilhar vivências e experimentar o fazer teatral tendo como análise as relações humanas em sociedade. Nascido em 16 de dezembro, o grupo realiza sua pesquisa cênica a partir da preparação física do ator, a biomecânica, dança contemporânea na vertical e o conceito oriental de “ator invisível”.

Serviço

O que é – Espetáculo “A Morte do Cisne”
Quando – Neste sábado (10), às 19h
Onde – Teatro da Instalação (rua Frei José dos Inocentes, s/n° – Centro)
Quanto – R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)

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