Amazonas tem três cidades com risco de volta da poliomielite por baixa cobertura vacinal. Saiba mais sobre a doença

Amazonas tem três cidades com risco de volta da poliomielite

Amazonas tem três cidades com risco de volta da poliomielite por causa da cobertura de vacinação abaixo de 50%. A gotinha é necessária para a prevenção

O Ministério da Saúde (MS) emitiu alerta contra 312 cidades brasileiras onde a vacinação contra poliomielite está abaixo de 50%. Novo Aripuanã (7,31), Manacapuru (46,18) e Eirunepé (46,75), no Amazonas, estão entre essas cidades. O alerta foi feito em reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Nela estão representados todos os Estados e Municípios.

Novo Aripuanã é o 27º, entre os 5.570 Municípios brasileiros, com risco de volta da doença.

As baixas coberturas vacinais, principalmente em crianças menores de cinco anos, acenderam a luz vermelha. A pólio é uma doença já erradicada no Brasil. O dado foi divulgado pela coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Carla Domingues.

“O risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em mente que a vacinação é a única forma de prevenção. Da Poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no País. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas, conforme vacinação de rotina e na campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”, concluiu Carla Domingues.

Gestores de Estados abaixo da meta de vacinação têm sido orientados a organizar redes. Inclusive com a possibilidade de readequação de horários, mais compatíveis com a rotina da população brasileira. Outra orientação é reforço das parcerias com creches e escolas, que potencializam mobilização por envolver também o núcleo familiar. Estados e Municípios precisam manter os sistemas de informação devidamente atualizados.

Pais e responsáveis, reforça o MS, têm obrigação de atualizar as cadernetas de seus filhos, em especial menores de cinco anos. “As vacinas ofertadas pelo SUS estão disponíveis durante todo o ano. Exceto a da gripe que faz parte de campanha e exige período específico de proteção, antes do inverno”, enfatiza Domingues. A próxima Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite acontecerá de 6 a 31 de agosto de 2018.

 

Histórico

O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem. Por isso é fundamental a manutenção das elevadas coberturas vacinais, acima de 95%. É fundamental a continuidade da vacinação para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite. A Organização Mundial da Saúde afirma que apenas Paquistão, Nigéria e Afeganistão são considerados endêmicos.

No início do século XX, as doenças imunopreveníveis, como poliomielite e varíola, eram endêmicas no Brasil. Causavam elevado número de casos e mortes. As ações de imunização e, especialmente, os 44 anos de existência do PNI foram responsáveis por mudar o perfil epidemiológico destas doenças no Brasil. Isso foi uma importante conquista da sociedade brasileira.

A eficiência erradicou febre amarela urbana, varíola e levou à eliminação de poliomielite, rubéola, síndrome da rubéola congênita e sarampo. Além disso, reduziu drasticamente a circulação de agentes patógenos, responsáveis por doenças como difteria, tétano e coqueluche.

 

Sobre a pólio

A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral aguda. É caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, frequentemente, não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica. Tem como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.

A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa. Também pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores. Ou, ainda, pela via oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

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