SSP vai enviar reforços para Borba após preso ser linchado e queimado pela população

Gabriel Lima, 18, foi preso nas dependências do Comando da PM, em Borba, de onde foi tirado pela população para ser linchado e queimado. Foto: Divulgação

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) vai enviar reforços das Polícias Civil e Militar para a cidade de Borba (distante 151 quilômetros de Manaus) por conta da revolta popular registrada na noite deste domingo (8), quando prédios do 9° Companhia Interativa da Polícia Militar (CIPM) e da 74ª Delegacia Interativa de Polícia foram parcialmente depredados.

A revolta foi provocada para a retirada de um infrator, que havia sido preso por volta das 17h30, suspeito do estupro e homicídio de uma adolescente de 14 anos. Gabriel Lima Cardoso, 18 anos, foi linchado na frente da delegacia e teve o corpo completamente carbonizado.

Reforço

A Polícia Civil do Amazonas, representada pelo delegado-geral, Mariolino Brito, informa que equipes compostas por delegados e investigadores e a tropa das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), da Polícia Militar, estão a postos para embarcar a cidade nas primeiras horas da manhã de segunda-feira (9). Borba não tem aeroporto e, por isso, o voo noturno é proibido.

A situação na cidade está controlada neste momento, segundo o comandante geral da PM, Coronel David Brandão. De acordo com ele, por conta da movimentação atípica observada com a prisão do acusado de estupro e homicídio, a equipe da Polícia Civil pediu apoio da PM para o deslocamento do detento, que ficou recluso no 9° CIPM e não nas celas da delegacia.

Revolta popular

Havia uma mobilização pelas redes sociais da revolta. Houve a tentativa de enviar reforços de policiais militares de Nova Olinda do Norte, a cidade mais próxima, que fica a cerca de 3 horas de distância, mas além do longo tempo para deslocamento, a cidade vizinha enfrentava uma tempestade.

Conforme informações repassadas pelo Comando de Policiamento do Interior da PM, em poucos minutos, centenas de populares invadiram e retiraram o acusado, praticando o linchamento, a carbonização e a depredação do patrimônio público.

Seis policiais militares ficaram machucados, com lesões leves, receberam atendimento médico e passam bem. Não há informações, até o momento, de outros feridos. Depois do tumulto, o conflito popular cessou e, até o momento, não houve novos registros de ocorrências semelhantes.

A Polícia Civil informa que um Inquérito Policial (IP) vai ser instaurado para apurar as circunstâncias do crime. O diretor do Departamento de Polícia do Interior, delegado Mateus Moreira, vai para Borba acompanhar o caso.

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1 comentário

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  1. KLAUSZ disse:

    O povo já não aguenta mais tanta impunidade e um PODER JUDICIÁRIO FROUXO