Em ano eleitoral, Amazonino ignora advertência do MPE e distribui mais de 70 mil implementos agrícolas

Mais de 70 mil itens de implementos agrícolas para produtores rurais foram entregues nesta quarta-feira. Foto: Aguilar Abecassis/Secom

Ignorando o Ministério Público Eleitoral, que fez uma advertência sobre a proibição de distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios em ano eleitoral, o governador Amazonino Mendes anunciou, nesta quarta-feira (04/07), a liberação de mais de 70 mil itens de implementos agrícolas para produtores rurais, por meio do programa Terra Produtiva. Produtores de todos os municípios do estado serão contemplados com os implementos, destinados ao fomento da atividade produtiva do setor primário.

Em cerimônia realizada no estacionamento do Centro de Convenções Vasco Vasques, bairro Flores, zona centro-sul, o governador Amazonino Mendes disse que a nova gestão executa um programa que está inserido na Lei Estadual 4.268/2015, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o período 2016-2019. Ele ressaltou que as gestões passadas não deram a atenção necessária ao programa, que foi criado em 2015.

“Nós estamos aqui executando um programa que foi idealizado por outro governo. O governo do José Melo criou um programa chamado Terra Produtiva. Mas não saiu do papel. Embora tenha sido consignado no orçamento os recursos, no orçamento que nós herdamos, eles não executaram os programas. Criaram no papel a teoria, mas não executaram. Ou se executaram, criaram um arremedo. Nós estamos cumprindo com a nossa obrigação”, afirmou o governador.

Para Amazonino Mendes, o “Terra Produtiva” vai corrigir a falta de projetos que enfraqueceram o setor primário do Amazonas, resultando em queda de produtividade. “Então, todos os dados que o Aparecido (José Aparecido, secretário estadual de Produção Rural) acabou de colocar para vocês mostram o relaxamento, desleixo, o abandono, o absurdo. Depois de 2002, o que a gente produzia, em vez de a gente aumentar nos outros governos, diminuímos em mais de 50% a produção. Chegamos ao desfrute de importar no ano passado R$ 400 milhões de farinha. O que é isso? Relaxamento”, asseverou o governador, no encontro que reuniu dezenas de prefeitos do estado.

A meta do novo governo, segundo Amazonino Mendes, é alcançar todos os produtores rurais, nos mais longínquos municípios, e impulsionar a produção agrícola, pecuária e piscicultura amazonense.

“Nós queremos chegar a todas as essas famílias do interior, que passaram anos no abandono e na desesperança. Nós queremos nos integrar no sofrimento atroz, terrível, diário, dos prefeitos que lidam com o fantasma do desemprego, da fome, da miséria, que campeia nos municípios. Queremos levar a mão fraterna do Governo do Estado a esses cidadãos esquecidos, simplesmente. São eles que põem o alimento na nossa mesa. Porque eles enfrentam as vicissitudes da vida”, declarou.

 

Amazonino disse que estava executando um programa que foi idealizado por outro governo. Foto: Clóvis Miranda/Secom.

Produção

De acordo com o secretário de Produção Rural, José Aparecido, mais de 300 mil pessoas lidam diariamente com a atividade produtiva do setor primário no Amazonas. Ele ressaltou que o estado precisa voltar a produzir para o próprio consumo, de forma que a importação de alimentos seja diminuída.

“Em 2002, nós tínhamos 16 mil hectares de arroz plantados nesse estado. Hoje, nós temos 2,4 mil hectares. Estamos em deficiência de produção de alimentos do estado, em quase todos os setores. Para se ter ideia saíram mais de R$ 400 milhões para o amazonense comprar farinha para comer. Não é possível, nós que temos, dos 850 milhões de hectares do Brasil, 150 milhões no Amazonas, e nós não produzimos nem 2% desses 150 milhões”, comentou o secretário.

De acordo com a presidente da Associação Novo Amanhecer, do Tarumã-Mirim, Maria Roci Gomes, 60, os implementos agrícolas vão impulsionar a produção das 160 famílias que lidam diariamente no campo e diminuir o esforço físico de cada agricultor.

“É uma melhoria muito grande, pois diminui muito o nosso esforço. Em vez de você estar arando com enxada, você ara com um trator. Nós, do Tarumã-Mirim, precisamos de um trator para arar nossa terra, porque lá é barro muito duro. É um trabalho muito grande. Então, isso aí para nós facilita muito a nossa vida”, destacou a agricultora.

Para o prefeito Beto D’Ângelo, de Manacapuru (município a 98 quilômetros de Manaus), a iniciativa do Governo do Amazonas chega em bom momento, principalmente para aquele homem do campo que quer ampliar a sua produção.  “Os municípios sentem uma dificuldade muito grande em poder fomentar esse setor, uma vez que gera emprego e renda e dá qualidade de vida para essas pessoas. Eu vejo como um grande acerto do governador Amazonino mendes em propor um programa como esse para alcançar quem realmente precisa no campo”, disse o gestor.

 

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