Piloto diz ter feito pouso forçado após dois homicídios em pleno voo entre Mato Grosso e Apuí, no Amazonas

Piloto fez pouso forçado

Piloto não ficou preso por homicídio porque polícia não encontrou os corpos. Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Pará e a Polícia Federal estão investigando as circunstâncias que forçaram o piloto de um avião executivo a fazer pouso forçado em um rio do sudoeste do Pará, em região de garimpos. Segundo os investigadores, o piloto da aeronave contou, em depoimento, que houve dois homicídios em pleno ar, durante o voo.

O caso aconteceu na última quarta-feira (27), mas só chegou ao conhecimento das autoridades na sexta-feira (29), quando pescadores perguntaram a policiais militares de uma unidade da região se o piloto tinha procurado ajuda.

Os policiais passaram a buscar informações sobre o suposto acidente e sobre o paradeiro do piloto, que estava hospedado em um hotel próximo. Buscas pelos corpos estão sendo realizadas no local desde domingo (1).

Pouso no rio

Sérgio Vanderlei Becker foi identificado quando chegava ao distrito de Moraes de Almeida, em um mototáxi. Conduzido à seccional de Polícia Civil de Itaituba, o piloto confirmou ter pousado no Rio Jamanxim e abandonado a aeronave em seguida.

Ele contou que, durante a viagem entre Guarantã do Norte (MT) e a cidade de Apuí, no Amazonas, que seria o destino final, os dois passageiros a bordo se desentenderam e um deles, identificado como Polaquinho, atirou no outro, conhecido como Turco, que morreu na hora.

Corpo arremessado

Ainda segundo o piloto, Polaquinho teria aberto a porta lateral da aeronave para arremessar o corpo de Turco para fora do avião, em pleno voo.

Becker afirma que, neste momento, apanhou a arma que estava sobre o assento e decidiu matar Polaquinho. O piloto justificou sua decisão alegando temer ser morto por ter testemunhado o primeiro homicídio.

Becker contou ter acertado dois tiros em Polaquinho. Em seguida, teria se levantando para também jogar o corpo de sua vítima para fora da aeronave, mas perdeu o controle do avião, só recuperando-o a tempo de pousar no rio.

Vestígios de sangue

Posteriormente, o piloto informou o ponto exato em que se encontrava a aeronave, prefixo PT IIU. Policiais militares já fizeram uma vistoria preliminar no avião. Embora tenham encontrado vestígios de sangue, nem os corpos das supostas vítimas, nem a arma usada no crime foram localizados.

Quando foi detido, o piloto carregava munições ilegais. Mesmo assim, Becker foi liberado na sexta-feira a noite, após prestar depoimento.

Tráfico internacional

O piloto Sérgio Vanderlei Becker já respondeu por tráfico internacional de drogas. Em 2015, ele foi flagrado no Mato Grosso pela PF transportando 200 kg de cocaína oriundas do Peru ou da Bolívia.

Além do piloto, outras duas pessoas foram detidas. Com elas, foram apreendidos dois aparelhos de rádios transmissores da mesma marca.

Um instalado na aeronave e outro na caminhonete, o que, segundo as investigações, indicaria que tais equipamentos foram utilizados visando o contato entre o piloto da aeronave e a suposta chefe da associação criminosa, que acompanhava o piloto fazendo o apoio logístico em terra.

De acordo com a Polícia Civil, “atualmente Sérgio não tem mandado de prisão em aberto”. A PC disse ainda que tráfico internacional de drogas é crime da esfera federal, portanto só apura crimes da esfera estadual.

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