Contratempos marcam apresentação do Garantido, marcada pela garra de sempre

Garantido defendeu na primeira noite “Identidade e Resistência”, encerrando a apresentação dentro do tempo previsto, mas com correria. Fotos: Paulo Sicsu

O boi Garantido entrou na primeira noite de disputa defendendo o sub tema “Identidade e Resistência” dentro do tema “Auto da Resistência Cultural”.

Apesar do bumbá ter encerrado a apresentação com 2 horas e 27 minutos (dentro do revisto no regulamento), houve claramente uma correria na apresentação do Ritual Araweté – Sonho de Kanipaye-RO, alegoria do artista Oséas Bentes.

Contratempo

Logo a seguir, os brincantes foram retirados da arena rapidamente, o que pode comprometer a “Organização do Conjunto Folclórico”. Outro contratempo aconteceu com a alegoria “Tributo a Consciência Negra”, cuja roldana quebrou na concentração, e não entrou na arena.

A apresentação do boi encarnado, que mostrou um repertório com recheado de hits antigos – que não empolgou a galera – deu ênfase a cênica durante muitos momentos.

O apresentador entrou com o “Belezão” declamando um texto, onde as várias formas de resistência deram a tônica. Na abertura, a cantora Márcia Siqueira cantou “Canto das Três Raças”, imortalizada com Clara Nunes. Durante a execução, dançarinos negros e indígenas realizaram uma coreografia.

Auto do boi

Ainda no começo da apresentação, o “Auto do Boi”, resgatado pelo Garantido desde 2015, voltou a ser encenado, porém, uma parente falha no microfone do Amo Tony Medeiros, prejudicou o trabalho.

A toada “Tempos de Cabanagem” também teve o tom cênico em destaque. Foi encenada uma luta de resistência entre homens escravizados com os colonizadores.

O item “Lenda Amazônica” trouxe a alegoria “Ajuricaba, História e Resistência” do artista Sorin Sena. O trabalho mostrou o guerreiro Ajuricaba, que preferiu se jogar acorrentado no Encontro das Águas para não ser escravizado.

A Cunhã Poranga, Isabelle Nogueira, veio na alegoria, em cima de uma serpente. Com indumentária, em vermelho e branco, do artista Roberto Reis, a índia mais bonita da tribo, pintou o rosto na arena e evoluiu com leveza, durante sua apresentação.

A Porta-Estandarte Edilene Tavares veio no chão. Porém, sua evolução não foi comprometida e empolgou a galera. A rainha do Folclore fez uma apresentação morna e o Pajé André Nascimento declamou um texto.

Momento de destaque

Com certeza, o ápice da noite do boi vermelho e branco foi a apresentação da toada “Consciência Negra” do compositor Paulinho do Sagrado, que foi defendida pelo Levantador Sebastião Júnior, no item “Toada, Letra e Música”.

Acompanhando a toada, 15 bailarinos cariocas, que integraram a Comissão de Frente da Escola de Samba Acadêmicos do Tuiuti, mostraram uma coreografia impactante com forte presença da cultura afro. Sebastião Júnior, além de cantar a toada tocou percussão.

Choro

Nessa hora, o público “acordou” e um dos jurados, se emocionou e chegou a chorar com a apresentação de “Consciência Negra”.

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