Delegada esclarece que não recusou fazer boletim do feminicídio, que foi registrado após diligências com dados da vítima

Segundo delegada plantonista não havia informações suficientes com a PM para fazer o registro fundamentado, como dados da vítima. Familiares foram à delegacia e foram feitas diligências. Foto: Arquivo

Caroline de Souza Costa, 25, vítima de feminicídio, morreu após ser esfaqueada diversas vezes nesta quinta-feira (21), por um homem que não aceitava ser rejeitado. Eles não tinham relacionamento e o suspeito a perseguia.

O crime aconteceu na frente da casa onde ela morava com a família, na rua Nossa Senhora de Fátima, bairro Santa Etelvina, zona Norte de Manaus.

Conforme informações repassadas pela Polícia Militar, o autor do crime é o pedreiro José Luiz Melo Lopes, 36. Ele tinha o costume de assediar a vítima e não aceitou ser rejeitado pela jovem.

Desentendimento

Durante a ocorrência houve um desentendimento para registrar o BO. Os PMs alegaram dificuldade na delegacia da Polícia Civil, inclusive de rejeitar fazer o boletim.

Segundo a delegada Wagna Costa, plantonista do 18º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na noite de quinta-feira foi apresentado por uma guarnição da Polícia Militar, o infrator José Luiz Melo Lopes, que teria desferido golpes com faca em um mulher.

Conforme a delegada, os condutores da ocorrência, no caso os PMs, não sabiam informar o nome da vítima, a gravidade dos ferimentos dela, e nem se havia relação afetiva entre ela e o infrator. Naquele momento os policiais militares sabiam, apenas, que a vítima teria sido encaminhada para um hospital da cidade.

Diligências

A autoridade policial informou que, ao questionar José Luiz, ele afirmou que teria um relacionamento amoroso com a vítima e teria a agredido porque ela estava com outro homem. Com apenas estas informações, a plantonista entrou em contato com Supervisão da Polícia Civil no Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) que determinou a detenção do preso na unidade policial e solicitou, também, que os investigadores daquele plantão realizassem diligências para obter as informações sobre o ocorrido.

Eram necessários o nome da vítima, pois sem a qualificação das partes envolvidas não há como fazer procedimento de Polícia Judiciária, além da unidade hospitalar em que foi atendida e, principalmente, o estado de saúde da mulher.

Informações

A delegada destacou que os PMs foram informados da determinação da Supervisão do Ciops que se faziam necessárias para a continuação dos trâmites em torno do caso.

Foi solicitado que fosse deixado o contato do telefone de um dos militares, que seria o condutor da ocorrência, para que, após a conclusão das diligências para obter as informações necessárias para a realização do procedimento, ele estivesse presente na delegacia, tendo em vista que os militares estavam no fim do expediente e não poderiam esperar o fim das diligências.

Família foi ao DIP

Por volta das 19h, o irmão da vítima e outras testemunhas do caso foram até o 18º DIP e forneceram informações do caso, tais como, nome da vítima, motivo do crime e a gravidade das lesões sofrida pela mulher.

Após a obtenção das informações exigidas no procedimento, foi feita a lavratura do flagrante por feminicídio, tendo como vítima Caroline de Souza Costa.

O irmão da vítima relatou que o crime ocorreu por volta das 17h30, na rua Nossa Senhora de Fátima, bairro Santa Etelvina, zona Norte.

Vale ressaltar que o 18º DIP é a delegacia que atende ocorrências daquela bairro, após o horário de expediente, tendo em vista que o caso chegou na delegacia por volta das 18h30, e a unidade policial funciona como Central de Flagrantes.

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