Previdência municipal busca resgatar R$ 87,3 milhões de fundos problemáticos  

A previdência municipal já conseguiu resgatar mais de R$ 77 milhões. A aplicação em fundos problemáticos ocorreu no período de 2008 a 2012. Foto Luiza Parente/Manaus Previdência/Divulgação

Prefeitura de Manaus está trabalhando para trazer de volta aos cofres da previdência municipal R$ 87,3 milhões, residual de valores aplicado em fundos problemáticos no período de 2008 a 2012. Em um trabalho que começou em 2013, quando o valor destes fundos chegou a R$ 278,6 milhões, a previdência já conseguiu resgatar mais de R$ 77 milhões, sendo R$ 8,7 milhões somente este ano.

A situação dos fundos problemáticos – conhecidos como fundos podres por registrarem inadimplência nos créditos que compõem os seus patrimônios – na carteira da Manaus Previdência foi pauta da 2ª Reunião Extraordinária do Conselho Municipal de Previdência (CMP) realizada nesta terça-feira, 5/6, na sede da autarquia municipal, e que também contou com a participação de membros do Conselho Fiscal (Cofis), da Superintendência e do Comitê de Investimentos – Supinv e Cominv, respectivamente. 

“Precisávamos difundir entre os servidores a situação dos fundos problemáticos e o que estamos fazendo na tentativa de recuperar esses recursos”, analisou o diretor-presidente da Manaus Previdência, Silvino Vieira.

A explanação geral sobre os números da carteira de investimentos ficou a cargo do superintendente da área, Flávio Castro, que relacionou todas as ações em andamento para que a instituição receba de volta os investimentos nos fundos problemáticos.

Conforme Castro, a Manaus Previdência tem 14 investimentos com essas características, dentro de um universo de 50, conforme dados de abril – os números de maio ainda não foram fechados. “Esses 14 investimentos atualmente representam 9,12% do total da carteira, somando R$ 87,3 milhões”, informou.

Após a explicação inicial, os presentes aprofundaram o tema por meio de uma audioconferência com a Brasil Plural, gestora de oito dos atuais 14 fundos problemáticos. Juntos, estes oito representam investimentos de, aproximadamente, R$ 49,4 milhões, correspondendo a 5,16% da carteira da Manaus Previdência. Entre eles estão os fundos BBIF e Piatã.

O Piatã, por exemplo, foi contratado em novembro de 2008, com aplicação de R$ 43,3 milhões. Até o momento, foram resgatados R$ 18,9 milhões do fundo. Entre as ações que possibilitaram o resgate está a mudança da gestora do fundo.  “Antes era a Quatá; depois passou a ser a Incentivo e desde junho de 2017 essa responsabilidade passou para a Brasil Plural, que hoje veio expor para nós como estão os procedimentos para tentarmos fazer novos resgates neste e nos outros fundos que gere”, esclarece Castro.

 

Resgates

Apesar de ainda representarem inconvenientes para a previdência municipal, os fundos problemáticos já tiveram sua participação reduzida na carteira de investimentos a partir de 2013. No início daquele ano, chegaram a ser 17 fundos, uma parcela de R$ 278,6 milhões de um total de R$ 465,7 milhões da carteira, o que representava uma temerária participação de 52,3%. 

Diante do risco sobre os direitos previdenciários dos mais de seis mil segurados do município, o prefeito Arthur Virgílio Neto determinou à direção da previdência municipal que adotasse as providências cabíveis para a reversão do quadro. O diretor-presidente da Manaus Previdência, Silvino Vieira, lembra que foram necessárias várias ações em conjunto para reduzir o perigo que os fundos problemáticos representavam para o equilíbrio financeiro e atuarial da autarquia.

“Uma delas foi a substituição de gestores e administradores de alguns desses fundos”, diz. “Isso até os possibilitou recuperar parte dos nossos investimentos”, detalha.

 

Estratégia

Conforme Silvino Vieira, cada administradora/gestora dos fundos problemáticos tem uma estratégia para tentar resgatar o que foi investido, que vão desde a negociação direta com os devedores até a execução da dívida na justiça.

Periodicamente, a Superintendência de Investimentos (Supinv) da Manaus Previdência recebe relatórios das administradoras/gestoras dos fundos – problemáticos ou não – relatando a situação de cada investimento. “São informações em períodos diferenciados, mensal ou bimestralmente. Mas, no caso dos fundos problemáticos, a própria Supinv acompanha semanalmente por iniciativa própria”, lembra Castro.

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