Paralisação nacional dos caminhoneiros tem reflexos no AM: ônibus podem parar sábado, mas supermercados estão abastecidos

Paralisação dos caminhoneiros já afeta transporte público em Manaus, que pode parar neste sábado, segundo Sinetram. Foto: Divulgação

A paralisação nacional dos caminhoneiros autônomos já tem reflexos no Estado do Amazonas. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) informou, por nota, nesta quinta-feira (24), que caso continue a greve, a frota do transporte irá operar parcialmente na sexta-feira (25) e vai parar completamente no sábado (26), por conta da falta de combustível para abastecer o transporte coletivo.

“Essa greve dos caminhoneiros reflete diretamente no transporte coletivo, pois as empresas mantêm um estoque de no máximo um dia para abastecer os ônibus. Caso a greve continue, amanhã (sexta) as empresas vão operar parcialmente e nos demais dias a população poderá ficar sem transporte, devido à falta de combustível”, explica o assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges.

Estoque

Ainda de acordo com o assessor jurídico, as empresas estão fazendo um levantamento no estoque de combustível e irão passar as informações para a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU).

Atualmente o transporte coletivo opera em 229 linhas, com 1.258 carros. Devido ao ato realizado em várias capitais brasileiras, empresas do transporte coletivo de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte já estão fazendo rodízio nas linhas de ônibus para não deixar os usuários sem transporte.

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O presidente da Associação Amazonense de Supermercados (Amase), Alexandre Zuqui, contou que o abastecimento de alimentos das redes no Estado estão garantidos por até 20 dias, uma vez que a capital especialmente é abastecida por carga de navio, vinda de São Paulo e do Paraná.

Distribuidoras

“E Manaus tem muitas distribuidoras. Mesmo que um supermercado não tenha um produto, pode abastecer posteriormente. Em geral os encartes tem validade de 20 dias e o estoque é suficiente”, falou Zuqui. Os hortifrutigranjeiros são locais. “Claro que se durar mais tempo, podemos ter reflexo sim”.

Na Zona Franca, o presidente do Centro da Indústria do Estado (Cieam), Wilson Périco, afirmou que a greve provocará reflexos tanto no escoamento da produção quanto na possível parada de linhas nas fábricas por falta de insumos. Mas não há como mensurar os prejuízos agora. “Isso vai depender do tempo que esse movimento perdurar”.

Nacional

A paralisação nacional dos caminhoneiros autônomos já afeta o setor produtivo de carnes e a distribuição de alimentos pelo país. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa), informaram hoje que 129 unidades produtivas de carnes bovina, suína e de aves já estão paralisadas.

A previsão das entidades é que, até a sexta-feira (25), mais de 90% da produção de proteína animal seja interrompida caso a situação não se normalize, somando mais de 208 fábricas de diversos portes.

“A Abiec e a Abpa reiteram que o movimento é um direito da categoria, mas reafirmam a importância da manutenção do transporte de alimentos para a população. As consequências já ganharam contornos graves e o setor produtivo entende que é necessário que sejam tomadas as devidas medidas por parte dos governantes para que a situação seja sanada o quanto antes”, dizem as entidades.

Em nota, as duas associações alertam que estabelecimentos menores e de cidades pequenas ou regiões metropolitanas, com ciclo de entrega de produtos a cada dois dias, já estão com o abastecimento comprometido.

Bloqueios

Os bloqueios nas rodovias impedem tanto o acesso dos insumos necessários à produção quanto o escoamento de alimentos.

De acordo com a Abiec e a Abpa, diariamente, 1,2 mil containers de carne bovina deixam de ser embarcados. No caso de carnes de frango e suínos, deixaram de ser exportadas 25 mil toneladas, o equivalente a uma receita de US$ 60 milhões. Da mesma forma, os fornecedores de insumos também estão sendo impactados.

Em Santa Catarina, segundo o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado e a Associação Catarinense de Avicultura, a suspensão das atividades de indústrias frigoríficas já causou prejuízos às atividades pecuárias em mais de 20 mil propriedades rurais.

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