Mais de 5 mil pessoas foram vítimas de acidentes de trânsito só este ano

Foto: Divulgação

As unidades da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) registraram, este ano, até a primeira semana de maio, mais de 5 mil atendimentos envolvendo vítimas de acidentes de trânsito. Desse total, 4.411 foram pacientes de acidentes envolvendo motocicletas e 987 envolvendo carros. Em 2017, a Susam atendeu 18.695 pacientes vítimas de acidentes com motocicletas e 12.351 com carros.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o quinto país com maior número de mortes no trânsito, atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia. Mas o problema, de um modo geral, é preocupante em todo o mundo e, para chamar a atenção para o tema, acontece, neste mês, a campanha internacional “Maio Amarelo”, uma forma de alertar para o alto índice de mortos e feridos no trânsito. Neste ano, o tema da campanha nacional, lançada no último dia 02, é “Nós somos o trânsito”.

“É preciso conscientização e maior prudência no trânsito”, diz o secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato. De acordo com ele, o Brasil vive uma epidemia de acidentes de trânsito e o aumento dos atendimentos envolvendo motociclistas é uma realidade. O secretário ressalta que atitudes simples podem fazer a diferença no trânsito. Dentre elas, o uso do cinto de segurança, o transporte das crianças em cadeirinhas apropriadas e dar a vez para o pedestre atravessar.

 

Maio Amarelo

Desde o dia 5 de maio, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM) vem desenvolvendo uma série de ações para conscientizar a população manauara sobre os altos índices de acidentes e mortes no trânsito, dentro da Campanha Maio Amarelo, cuja abertura oficial acontece nesta quinta-feira (10/05), a partir 18h, no auditório da Faculdade Ciesa, localizada na Avenida Torquato Tapajós, bairro Flores, zona centro-sul de Manaus.

“Conscientizar motoristas e reduzir acidentes são os nossos desafios. Por isso, intensificamos as ações educativas e as fiscalizações de trânsito”, afirma o diretor-presidente do Detran-AM, Vinicius Diniz, ao destacar que, até o final do mês de maio, as equipes da gerência de Educação de Trânsito estarão em escolas públicas e particulares, empresas e órgãos públicos, realizando palestras e orientando como e o que devemos fazer para ter um trânsito mais seguro, para motoristas e pedestres.

Para atingir o maior número de pessoas, a campanha vai contar com a distribuição de material promocional (lixeiras, flanelas e squeezes) e apresentação de fantoches. Também está programado um passeio ciclístico.

 

Custo das internações

As internações, cirurgias e outros procedimentos realizados em pacientes vítimas de acidente de trânsito geram, todos os anos, um alto custo para o Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme dado divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), em 2016, os acidentes de trânsito causaram 180.443 internações no Brasil, ao custo de R$ 253,2 milhões. Esses acidentes respondem por boa parte das internações hospitalares e pela maioria dos atendimentos de urgência e emergência, gerando altos custos sociais, como cuidados em saúde, perdas materiais e despesas previdenciárias, além de grande sofrimento para as vítimas e familiares.

O DataSUS registra, todos os anos, mais de 37,3 mil mortes no trânsito das cidades e rodovias do país. As mortes são, principalmente, de jovens na faixa etária entre 15 e 29 anos, em plena capacidade produtiva.

Pedro Nascimento, de 20 anos, vítima de acidente de trânsito, no bairro Alvorada, zona centro-oeste da capital, voltava para casa de carona com um amigo, em uma motocicleta, no dia 1º de janeiro deste ano. No cruzamento entre duas vias, a motocicleta foi atingida por um carro. Pedro fraturou o fêmur e precisou ficar internado 30 dias no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, na zona centro-sul de Manaus, da rede pública. Ele passou por duas cirurgias e ainda hoje não retomou todas as atividades do dia a dia.

A mãe do jovem, Magaly Wilkens, conta que Pedro anda com a ajuda de muletas e vai iniciar o tratamento de fisioterapia. “Ele retornou para o trabalho, mas não para a atividade de antes – como carregador, no almoxarifado –, porque ainda não pode levantar peso. Foram longos meses até que pudesse retornar ao trabalho e ainda falta bastante tempo para que se recupere completamente”, explicou.

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