Delegado Péricles, que levou tiro na mandíbula, ainda deve passar por mais 2 cirurgias antes de voltar a campo

Delegado Péricles foi recebido como herói ao voltar de São Paulo após cirurgia de reconstituição da mandíbula, em dezembro. Com mais dois processos cirúrgicos pela frente, ele deve voltar à ativa na PC em abril. Amanhã ele dá palestra motivacional

Mais de quatro meses depois de ter levado um tiro na mandíbula, o delegado Péricles Nascimento se prepara para realizar mais duas cirurgias nos próximos meses, que devem concluir uma fase de intervenções cirúrgicas necessárias para sua total recuperação.

Em entrevista ao Portal Marcos Santos, o delegado falou do tratamento, da rotina e de uma palestra motivacional, contando tudo o que passou desde o dia 8 de outubro de 2017, dia que levou o tiro.

Implante

No início de março ele retorna a São Paulo para fazer mais uma etapa do tratamento, um implante dentário. Após os últimos exames surgiu uma dúvida sobre um novo enxerto ósseo que Péricles pretende superar até abril.

“Pode haver necessidade de fazer um enxerto ósseo na boca, para preenchimento. Mas nada de grave e sem risco”, explicou o delegado, que continua afastado das funções públicas, mas que recebeu muitos convites para integrar e comandar Distritos de Polícia e Especializadas da Polícia Civil.

Enxerto

A família ajuda na recuperação e espera que o enxerto ósseo não precise ser como o primeiro, que foi retirado do ilíaco (região do quadril).

“Foi uma cirurgia de grande trauma, que esperamos não ter que se repetir. Os médicos estudam fazer enxerto com osso da boca”, disse o irmão do delegado, que acompanha toda sua recuperação desde outubro, o tenente-coronel da PM, Ubirajara Rosses.

Palestra

Com o tema “Motivação, superação e vida policial”, a palestra que Péricles vai dar neste sábado, no curso preparatório “Sou Concurseiro e vou Passar”, no Vieiralves, a partir das 9h, tem inscrições gratuitas pelo 98116-3075. Inicialmente era voltada ao público quem estuda para concursos públicos, mas ganhou repercussão e recebeu inscritos de vários outros segmentos, sendo ampliada.

“Vou falar sobre vários aspectos do que determina nossas vidas, e da superação de barreiras, tendo um componente forte da fé”, disse o delegado, que segue em recuperação, foi liberado para praticar atividades físicas leves, como uma caminhada. A dieta alimentar restringe produtos de difícil mastigação, para evitar, ainda nesta fase, forçar a mandíbula, que foi reconstruída.

Só depois das cirurgias é que Péricles deve retomar as atividades na polícia, em abril.

O caso

O delegado foi alvejado no dia 8 de outubro, durante operação policial para desarticular uma quadrilha especializada em roubos de automóveis na comunidade Campos Sales. Ele sobreviveu ao disparo que estilhaçou a mandíbula e passou por cirurgias em Manaus e em São Paulo.

Assassino não morreu

Na época titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (Derfv), Péricles foi atendido logo após ser baleado no Hospital e Pronto Socorro Delphina Aziz e depois no João Lúcio.

Ele ainda ficou internado no Hospital Adventista, antes de ser transferido para São Paulo. O estilhaço, que “fritou” de raspão a carótida, ficará onde está. Tentar retirá-lo é mais perigoso que deixá-lo quieto.

Os policiais mantiveram o cerco ao endereço e houve nova troca de tiros. Cliffer Lourival Grangeiro Figueiredo, 32, que já havia sido preso por assalto, foi morto no local. O noticiário dizia que ele havia sido o autor do disparo que atingiu o delegado. Não foi.

O périplo do atirador

O verdadeiro autor do disparo está vivo. A polícia não revela o nome dele por questão de segurança. Foi monitorado quando se escondia na comunidade Manairão, na rodovia AM-352 (Manacapuru-Novo Airão), após o crime. Pretendia “sumir” por dois meses e depois fugir para o Pará.

Usuário de drogas, porém, ele não suportou as crises de abstinência e resolveu assaltar um mercadinho, em Manacapuru. O assalto ocorreu no dia 16 de outubro, no bairro de São Francisco. Na hora da fuga do acusado e um comparsa, a moto não pegou.

Os dois quase foram linchados por populares. E, ironicamente, ambos foram salvos, muito machucados, por policiais militares. Dia 26 de outubro, uma rebelião tomou conta do presídio de Manacapuru. Foi preciso diversas unidades serem deslocadas de Manaus para conter os ânimos. E 15 presos foram transferidos para a capital. Entre eles estava o suposto assassino, que foi para a Unidade Prisional do Puraquequara (UPP).

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