Artista do AM expõe as obras em programa de TV em rede nacional

Rai Campos, também chamado de Raiz, é conhecido por representar elementos amazônicos através de grafites feitos em espaços urbanos. Fotos: Reprodução Facebook

Durante esta semana (12 a 16 de fevereiro), o Brasil inteiro poderá conhecer algumas obras do artista regional Raiz, que estão estampando o cenário do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da Rede Globo de televisão.

Rai Campos, também chamado de Raiz, é conhecido por representar elementos amazônicos através de grafites feitos em espaços urbanos, como viadutos e muros em meio as avenidas. Além disso, ele também já viajou o interior do Amazonas e fez suas pinturas utilizando inspirações locais.

Para o artista, realizações do tipo são uma forma de divulgação da Amazônia para o restante do país. ”A ideia para participar do programa surgiu a partir do convite de Rui Amaral, que é grafiteiro, curador, um rapaz que trabalha com a arte em São Paulo e tem um projeto com a Rede Globo, que toda semana leva um artista diferente para estampar o cenário do programa da Fátima Bernardes”, contou. “Já vi por lá vários amigos que trabalham super bem e agora chegou a minha vez”.

Animais, pessoas, a floresta, rituais e lendas amazônicas, tudo isso é usado como inspiração para o baiano que cresceu em Vila Pitinga, uma comunidade situada dentro da reserva indígena Waimir Atroari, no interior do Amazonas. Sobre a exposição de suas obras no programa global, Raiz afirma ” Eu me sinto muito feliz. Eu estou maravilhado e contente com tudo isso. Quem me conhece sabe que eu não sou filho de artista influente e que nasci na simplicidade. Foi com muito trabalho, estudo e foco que consegui que estes trabalhos tivessem seus reconhecimentos.Eu também tenho que agradecer as inúmeras pessoas que durante esses 11 anos de grafite me apoiaram de todas as formas.

O artista chegou a ganhar reconhecimento nacional e internacional quando uma de suas obras, grafitada e exposta no Viaduto Gilberto Mestrinho, no bairro Coroado, na Zona Leste de Manaus, ficou entre os primeiros colocados na campanha da Gráfica Mestiza,especializada em divulgar a arte urbana de países da América Latina, nas redes sociais.

 

O que te inspira em suas criações?

Eu me inspiro na vida. A minha história de ter vindo muito novo da Bahia e ter sido criado dentro da floresta e de ter me apaixonado pelo grafite me influenciaram muito na criação da minha arte. Eu reconheço, valorizo e respeito toda essa vivência e é através dos traços indígenas que imprimo na minha arte.Sou inspirado muito pela Amazônia, viajo bastante para alguns lugares com o grafite, mas eu gosto de estar na Amazônia. Eu me sinto em casa quando estou em meio aos rios e no meio na floresta. Apesar de querer conhecer vários outros lugares pelo mundo, é no Amazonas que eu quero montar a minha base.

Como a sua vivência com o povo indígena influenciou na forma com que você produz suas obras ?

Eu fui criado dentro de uma mineração. Com 13 anos eu tive a oportunidade de conhecer realmente a tribo Waimir Atroari e a realidade em que eles viviam. É triste ver como eles são explorados. Eu vivia no mesmo local e a minha comunidade tinha toda uma estrutura, enquanto eles, que são os verdadeiros donos da terra ás vezes tinham que fazer manifestações para conseguir melhorias.Ao mesmo tempo eu conheci a união desse povo e o pensamento comunitário que eles têm. Acho incrível a forma deles pensarem. Eu acho que a gente têm muito a aprender com eles.

Eu sempre pintei aquilo que eu gosto e a cultura indígena é o que mais me toca. No fim, eu acabei que mesclando a minha inspiração indígena com a arte e hoje eu imprimo tudo isso nos meus murais.

Quais seus artistas favoritos?

Eu tenho vários artistas favoritos, o primeiro deles é o meu pai que é artista plástico. Ele trabalhava na mineração, mas pintava sempre.Ele foi o primeiro artista que eu conheci e admirei. Alguns primos que também pintavam me influenciaram muito.

Também sou admirador de grafiteiros aqui do Norte, principalmente meus amigos de Manaus, como o Árabe, o Adonay, o Mega e Lobão que são apenas alguns nomes dos artistas que eu acompanho o trabalho. Os grandes murais latinos-americanos em chamam bastante atenção.

O que você diria para outros artistas que estão começando suas carreiras agora ?

Acredite no seu propósito e naquilo que você quer fazer. Quando eu decidi ser grafiteiro ninguém acreditou muito em mim e se eu não tivesse acreditado no meu potencial as coisas não teriam dado tão certo como estão acontecendo.Foi através da arte, do conhecimento, de me identificar em diversos lugares que eu consegui”.

Você tem que saber acreditar em si, na sua missão e dom, ouvir as criticas e em cima delas trabalhar muito. Tem gente que pensa que da noite pro dia eu virei um bom grafiteiro. Mas foi através da prática diária, de tentar e errar e aprender com os erros que eu consegui. Não é fácil.

Quem quiser conferir os trabalhos do artista é só passar pelas principais Avenidas de Manaus, como a Alameda Cosme Ferreira e Avenida Djalma Batista ou em diversas cidades no Norte.Você pode acompanhá-lo também nas redes sociais, através do Instagram @raiz.campos e Facebook Rai Campos.

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