José Melo vai ficar preso até o Ano Novo. Justiça prorroga prisão por mais cinco dias

Ex-governador José Melo está preso no Centro de Detenção Provisória Masculina II (CDPM II) acusado de receber propina da saúde

O ex-governador José Melo vai passar o Ano Novo preso. O pedido de prisão temporária dele foi renovado por mais cinco dias, conforme decisão da Justiça Federal do Amazonas.

Com o prazo da prisão temporária dele encerrando nesta terça-feira (26), o Ministério Público Federal (MPF) queria manter o ex-governador preso por mais tempo, solicitando a prorrogação da mesma.

Esquema

A temporária tem duração de 5 dias e sua prorrogação pelo mesmo prazo foi decidida pelo juiz federal Wendelson Pessoa.

José Melo está preso deste o dia 21 de dezembro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Estado de Emergência, resultado de investigação do MPF e da Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou que o ex-governador fazia parte do esquema criminoso de desvio de verbas da saúde.

A operação a terceira fase da Maus Caminhos. A prisão foi determinada pela Justiça Federal, diante dos fortes indícios que José Melo recebeu recursos em espécie de Mouhamad Moustafa, médico e empresário preso em 2016 pela Maus Caminhos.

Movimentação

Conforme Relatório de Inteligência Financeira do Ministério da Fazenda, a movimentação financeira do ex-governador foi considerada incompatível com a renda dele, tendo sido detectados indícios de ilicitudes, como realização de saques e depósitos em valor atípico em relação à sua atividade econômica ou capacidade financeira.

As investigações apontaram que o ex-secretário de Estado de Administração e irmão do ex-governador, Evandro Melo, era uma espécie de intermediário entre Mouhamad e José Melo.

Evandro Melo foi preso no dia 13 deste mês, durante a deflagração da Operação Custo Político, relacionada ao envolvimento de agentes públicos em esquema de pagamento de propina. Ele já está em liberdade provisória.

Patrimônio

Análises realizadas pela CGU indicam que houve um aumento do patrimônio do ex-governador considerado incompatível com a renda dele, tendo em vista que o salário mensal de governador do Estado era estimado à época no valor de R$ 30 mil.

Nota técnica da CGU aponta indícios de enriquecimento de José Melo, especialmente em virtude da aquisição de um imóvel de alto valor, avaliado em cerca de R$ 7 milhões, além de reformas vultuosas em sítio também de sua propriedade.

Conversas

A PF interceptou diálogo entre Mouhamad Moustafa e a advogada Priscila Marcolino, também denunciada no esquema de desvios na saúde, em que ele pedia a ela que sacasse R$ 200 mil, para que Mouhamad ficasse com R$ 500 mil em casa, pois havia recebido um pedido direto do “velhinho”.

“Velhinho” é um codinome usado pelo médico para se referir a José Melo. Em outra ocasião, utilizando aplicativo de mensagens, Mouhamad pede novamente à Priscila que realize um saque, pois o “Gov e o irmão” estavam implorando pelo recebimento de uma quantia de R$ 80 mil.

Custo Político

No dia 13 deste mês, foi deflagrada a Operação Custo Político, que prendeu 12 pessoas, entre elas ex-secretários estaduais de pastas como Saúde, Fazenda, Administração e Casa Civil, além de um coronel da PM.

Conforme as investigações, o grupo recebeu, pelo menos, R$ 20 milhões em propina. Um dos secretários de saúde, à época de seu mandato, chegou a receber pelo menos 14 pagamentos de R$ 133 mil para favorecer o instituto chefiado por Moustafa.

Outro pagamento identificado, também envolvendo um ex-secretário, totaliza R$ 5,6 milhões, pagos durante 18 meses em repasses de R$ 300 mil.

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1 comentário

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  1. Paulo Costa disse:

    tem que pega odinheiro q essa quadrilha robou não prender e não recuperar nada.