Infectologista faz alerta sobre ataques de animais peçonhentos no Amazonas

 

O infectologista Marcelo Cordeiro explica que no período de cheia dos rios, aumenta o ataque de animais peçonhentos. Foto: Divulgação

O início do período de cheia nos rios da região aumenta a preocupação das autoridades de saúde com ataques de animais peçonhentos à população, sobretudo ribeirinhos e famílias que moram em áreas alagadas de Manaus, onde muitos bairros são entrecortados por igarapés.

“Isso ocorre porque, devido à perda de espaço seco no seu habitat natural, esses animais, sobretudo as cobras, acabam migrando para terrenos mais elevados, habitados por humanos, o que faz crescer o número de incidentes com picadas”, explica o infectologista e consultor médico do Laboratório Sabin, Marcelo Cordeiro.

Segundo ele, picadas de aranhas e escorpiões são menos comuns que as de cobras na região, mas, mesmo assim, com a chegada da cheia, é importante estar alerta.

Dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) apontam que, de janeiro a abril deste ano, 807 casos de picadas de animais peçonhentos foram registrados no Estado. Mesmo menor que os 829 registros de 2016, em igual período, os números indicam que a população precisa estar atenta nesse novo começo de enchente, especialmente no caso dos escorpiões, já que os incidentes com eles subiram de 62 para 119 no comparativo entre os mesmos meses de 2016 e 2017.

Cuidados

O médico Marcelo Cordeiro orienta que, para evitar as picadas, a população que habita áreas suscetíveis ao aparecimento de animais peçonhentos deve se precaver o máximo possível e uma das formas de prevenção é andar calçada, se possível, usar botas, já que 80% dos ataques ocorrem nos membros inferiores. Outra recomendação é evitar o acúmulo de lixo perto de casa, pois é um perigo em potencial. “Lixo atrai ratos e estes são alimentos para as cobras, então, onde tem lixo e rato é bem possível que também haja cobras”, enfatiza.

Ainda segundo o infectologista do Sabin, idosos e crianças são a parte da população mais vulnerável a esses ataques, mas eles podem acontecer a qualquer pessoa. Portanto, em caso de picadas, principalmente de cobras, a vítima deve ser mantida em repouso e levada imediatamente à unidade de saúde mais próxima, para receber o tratamento adequado.

“Não se deve amarrar o local (fazer torniquete) e muito menos colocar produtos caseiros sobre a ferida, como pó de café ou folhas. Isso, além de não contribuir em nada, ainda pode agravar o quadro da vítima”, explica o médico, ressaltando que ‘amarrar’ só faz concentrar o veneno na área, podendo causar ainda mais danos ao tecido afetado. “A única coisa que vai resolver o problema da pessoa picada por cobra é o soro antiofídico ou, no caso de aranhas e escorpiões, o soro contra o veneno de cada um deles, conforme seja o caso”.

 

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