Sobre as informações prestadas pelo delegado da Polícia Civil Gustavo Sotero de que reagiu porque levou vários socos no episódio em que disparou quatro tiros contra o advogado Wilson de Lima Justo Filho, na madrugada deste sábado (25), no Porão do Alemão, no bairro Ponta Negra, o presidente da OAB Amazonas, Marco Aurélio de Lima Choy afirmou que legítima defesa exige reação proporcional. “Se você recebe um soco, você dá outro soco na pessoa e não dá quatro tiros com uma pistola do Estado”, disse.
Choy relatou em entrevista na sede da Delegacia Geral que viu a arma usada pelo delegado para matar o advogado e que outras pessoas não foram atingidas porque a arma travou. “Ela (arma) travou após os quatro disparos, o que impediu que o delegado realizasse mais disparos. Não apenas o advogado foi alvejado, a esposa foi atingida também, uma outra levou tiro de raspão. Foi um tumulto generalizado e outras pessoas poderiam ter morrido”, declarou.
O presidente da seccional do Amazonas disse que a alegação de legítima defesa apontada pelo delegado é uma estratégia de quem está acostumado a lhe dar com a atividade policial. “Quatro tiros em posição de fatalidade não tem proporcionalidade para configurar legítima defesa”, afirmou.
Marco Aurélio Choy informou ainda que em depoimento, as testemunhas afirmaram que após o delegado disparar os primeiros dois tiros contra Wilson, o advogado correu e se escondeu atrás de uma parede e que em seguida, o delegado foi atrás de Wilson e disparou outros dois tiros. “Deu dois tiros e depois foi atrás para dar mais outros dois tiros, isso não é posição para dizer que agiu em legítima defesa”, disse.
Caso
O delegado Gustavo Sotero é acusado de atirar contra quatro pessoas no Porão do Alemão, no bairro Ponta Negra, ferindo três pessoas e matando o advogado Wilson Justo Filho, 35 anos.
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