Decisão de Arthur Virgílio de concorrer à Presidência é apontada como chance do PSDB “sair da lama”, segundo Blog do Noblat

Artigo publicado na edição de hoje no jornal O Globo aponta incomodo causado entre os pré-candidatos tucanos de São Paulo, Geraldo Alckmin e João Doria, e que Arthur substitui a “chatice de discutir o quem”, mas sim a importância de como governar. Foto: Reprodução

Cada vez mais consolidada, a decisão do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, de disputar a Presidência da República, é destaque em artigo publicado na edição deste domingo (22) no Blog do Noblat, do jornal O Globo, assinado pela jornalista Mary Zaidan.

Com o título “O que em vez de quem”, o texto destaca que o nome do tucano substitui a “chatice de discutir o quem pela importância de o que fazer e como fazê-lo”.

O artigo afirma que o prefeito de Manaus, um político experiente, mexeu com o PSDB, apresentando uma “plataforma arrojada, em que fala de reformas da Previdência e tributária profundas, e privatização geral – incluindo a Petrobras”.

Para o Blog do Noblat, Arthur não só incomodou o que chamou de “a briga paroquial entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e seu pupilo, o prefeito João Doria”, como também acrescentou o “debate de temas”.

Desconforto

O prefeito de Manaus criou um desconforto no PMDB do presidente Michel Temer, que nesta semana falou que Doria teria pleno direito a ser candidato à Presidência da República. Sinal de que incomodou o eixo paulista de poder.

O artigo ainda afirma que Arthur “coloca o PSDB em uma encrenca curiosa”, a de Alckmin e Doria terem que fazer algo que não estava nos planos: ir para debates eleitorais obrigatórios para expor ideias e plataformas.

Alvo do ódio de Lula, o prefeito de Manaus, segundo a análise, é uma das melhores chances para o PSDB – segundo maior partido do país – “sair da lama em que se afundou”.

 

Leia o artigo na íntegra:

O que em vez de quem

Por Mary Zaidan

A tensão predominava no plenário naquele 12 de dezembro de 2007 quando o Senado cravou o fim da CMPF por 45 a 34 votos. Para o então presidente Lula, a derrota significava o fim do sonho do terceiro mandato, enterrado ali junto com o imposto do cheque.

Lula tinha popularidade recorde, mas faltava a ele a maioria parlamentar para atos impopulares.

Como a memória política costuma ser curtíssima, e seletiva, vale lembrar que o ex-ministro da Previdência de Lula e líder do governo petista no Senado era o atual líder do presidente Michel Temer, Romero Jucá (PMDB-RO), que tentou, sem êxito, adiar a votação do adeus à CPMF.

Foi impedido pelos senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Alvos do ódio de Lula, os dois tucanos até pareciam ter sido tragados pela praga do ex. Perderam as eleições seguintes, ficaram fora do jogo. Hoje, são as melhores chances para o PSDB – segundo maior partido do país – sair da lama em que se afundou.

Coube a Tasso assumir a presidência da sigla em substituição ao enroladíssimo Aécio Neves, a quem o senador cearense tenta convencer a abandonar definitivamente a direção partidária para evitar danos ainda maiores à legenda. É o mínimo depois das demonstrações sucessivas de bambeza ética.

Tasso representa ainda a corrente que quer recolocar o PSDB na linha que inspirou sua fundação, em contraposição aos que pretendem dar a direção partidária ao governador goiano Marconi Perillo.

Já Virgílio, prefeito de Manaus pela terceira vez, mexeu com o que a tucanagem imaginava imexível: lançou-se candidato à Presidência da República, anunciando a pretensão de disputar as prévias partidárias. Mais: com uma plataforma arrojada, em que fala de reformas da Previdência e tributária profundas, e privatização geral – incluindo a intocável Petrobras.

Além de incomodar a briga paroquial entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e seu pupilo, o prefeito João Doria, Virgílio acrescenta algo a que o PSDB e todos os demais pretendentes parecem não dar importância: o debate de temas.

Com o seu conhecido espírito polemizador, convoca o eleitor a discussões que os pré-candidatos protelam ao máximo. Cria desconforto ao PMDB de Temer e Jucá, incomoda o eixo paulista de poder, desanca discursos do lulismo ao expor sua oposição a gente que o PT hoje acusa de “golpista” mas que foi aliada de primeira hora.

E coloca o PSDB em uma encrenca no mínimo curiosa. Alckmin, que defende as prévias por ter maioria nos diretórios, e Doria, que aposta no critério de pesquisas, não contavam com a hipótese de um ano antes dos debates eleitorais obrigatórios ter de expor ideias e plataformas.

Um problema e tanto para eles, mas com enorme ganho para o eleitor.

Aos 72 anos, Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto, político experiente, filho e neto de políticos, que começou sua vida pública no PCB, dificilmente será ungido candidato. Mas, um ano antes das eleições, pode ter acertado o alvo, substituindo a chatice de discutir o quem pela importância de o que fazer e como fazê-lo.

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3 comentários

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  1. Sempre gostei da forma como Arthur Virgílio abordava as questões no Senado.Seus pronunciamentos denotavam cultura discernimento honestidade e educação. Sou favorável à sua candidatura. Que Deus abencoe o Brasil para ter discernimento na escolha.

  2. Paulo Ramiro disse:

    Eu acho que essa Sra dessa coluna não conhece Manaus, e não sabe como está a Cidade.
    O Prefeito Arthur não consegue tapar buracos, não consegue organizar o sistema de transporte público, não consegue arrumar uma Cidade de mais de 2 milhões de Habitantes, em mais de 6 Anos de mandato, vai já mesmo conseguir comandar um País com mais de 180 milhões de Habitantes, só npode está de sacanagem um cara desse é muita cara de pau.
    Sr Prefeito, vá cumprir com suas promessas de Campanha, vá honrar com seu Mandato, vá dar dignidade as pessoas que acreditaram e votaram no Sr.
    Não bote a mão a onde o Sr não alcança.
    Pela fé Olha!

  3. Mario disse:

    Será muito bom para o Amazonas ter um presidente da republica. Torço por vc!