Braga está fora da disputa para o Governo do Amazonas em 2018, diz levantamento do Estadão

Operação Lava Jato mostra impactos no cenário político eleitoral para o ano que vem. No Amazonas, Braga faria a opção natural pela reeleição, e Vanessa Graziottin poderia tentar vaga na Câmara dos Deputados. Ambos são citados na investigação. Foto: Arquivo

Da Redação e Agências

A Operação Lava Jato já tem impacto direto no cenário para as eleições 2018 nos Estados brasileiros, especialmente para os cargos de governador e senador que estarão em disputa. Em comum, todos os citados já negaram envolvimento em crimes.

No Amazonas, segundo levantamento feito pelo Estadão, os dois senadores, Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Graziottin (PCdoB), ambos citados nas investigações nas delações da Odebrecht, estão revendo os planos para o pleito do ano que vem. Braga, derrotado na última eleição suplementar para o Governo do Estado, não sairia candidato majoritário ao Executivo, mas tentaria a opção mais “natural”, ficar no Senado, buscando a reeleição.

Vanessa disse a aliados, conforme a matéria nacional, que deve tentar vaga na Câmara dos Deputados, seguindo o mesmo plano dos petistas e aliados senadores Gleisi Hoffmann (PR) e Humberto Costa (PE). Ré na Lava Jato, a presidente nacional da legenda petista desejava inicialmente se eleger governadora do Paraná. Sonho que foi Lava Jato abaixo.

Iniciada em março de 2014, a Lava Jato, de acordo com pesquisa do Estadão, teria reflexo nas candidaturas de políticos em pelo menos 14 das 27 unidades da Federação. Citados em delações, alvo de inquéritos ou ações, nomes antes cotados para cargos majoritários no Executivo agora traçam estratégias mais modestas e realistas. Lembrando, ainda, que o mandato garante a prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Também estão com novos planos outubro do próximo ano o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que deveria sair candidato ao Governo do seu Estado, mas deu um passo atrás e tentará a reeleição.

Quem está com a candidatura bastante prejudicada é o senador tucano Aécio Neves, de Minas Gerais, hoje presidente licenciado do PSDB e que enfrenta um processo de afastamento do cargo no Senado pelo STF, além de medidas restritivas de recolhimento domiciliar noturno. Aécio disputou as eleições presidenciais contra Dilma Roussef em 2014, perdeu, mas a estratégia natural era continuar buscando o Palácio do Planalto em 2018.

Após ser alvo da delação da J&F, o tucano deve se contentar em disputar a reeleição. Seus aliados não descartam nem mesmo que ele tente uma cadeira de deputado.

Ex-ministros

A Lava Jato também colocou em dúvida ou até inviabilizou candidaturas, como a dos ex-ministros Henrique Eduardo Alves (RN) e Geddel Vieira Lima (BA), ambos do PMDB e presos preventivamente – por tempo indeterminado.

Alvo de 12 inquéritos no Supremo, sendo oito na Lava Jato, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por exemplo, mudou de lado e foi para oposição ao governo Michel Temer. Em Alagoas, pesquisas internas mostram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida presidencial em 2018, quando Renan tentará renovar o mandato.

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