Mulher finge sequestro para ficar com ex, afirma polícia. Ela pode ser processada por falsa comunicação de crime

Acusado de sequestro, Ulisses Costa da Silva, 28, foi preso na última sexta-feira (11), em cumprimento a mandado de prisão expedido contra ele. A denúncia era de que ele havia sequestrado a ex-companheira Flávia Larrisa de Abreu Fontão, 20, com um filho do casal. A prisão também foi em razão do suspeito ter descumprido medida protetiva solicitada pela ex.

Apesar da prisão ter sido realizada, a Polícia Civil descobriu que Larissa forjou ter sido sequestrada para poder reatar o relacionamento com o jovem, já que não tinha aprovação da mãe. E foi a mãe dela que denunciou o sequestro.

Larrisa poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa ou falsa comunicação de crime. A informação foi dada nesta segunda-feira (14), pela delegada Poliana Menezes, interina da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM), durante coletiva sobre a prisão preventiva em nome de Ulisses.

A ordem judicial em nome do rapaz foi representada à Justiça pela autoridade policial após a mãe da ex-namorada dele comparecer ao prédio da DECCM na última sexta-feira, para informar que a filha dela havia sido sequestrada por Ulisses naquele mesmo dia, em via pública, na rua Domingos Leite, bairro da Paz, zona Centro-Oeste.

O infrator foi detido no sábado, ao se apresentar espontaneamente à delegacia, diante da repercussão do caso na mídia local. O mandado de prisão em nome de Ulisses foi expedido sábado também, pela juíza Themis Catunda, do Plantão Criminal.

“A mãe de Flavia esteve na delegacia e registrou ocorrência de sequestro. No ano de 2016 a filha dela foi beneficiada com medida protetiva em função de agressões cometidas pelo infrator. Em virtude da medida judicial e do histórico violento do rapaz, representamos junto à Justiça o pedido de prisão preventiva em nome dele”, explicou a titular em exercício.

O caso

Na delegacia, Ulisses contou que Flavia forjou o sequestro porque a mãe dela não aceitava o relacionamento deles. A jovem foi ouvida, em Termo de Declaração, na unidade policial “Flavia demonstrou uma certa irritação em relação ao nosso trabalho. Ela relatou que forjou o sequestro dela e que estava com Ulisses por livre e espontânea vontade”, disse a delegada.

Durante a coletiva, Poliana alertou para situações como esta, que causam um prejuízo enorme para a polícia. “Enquanto poderíamos estar disponibilizando nossa equipe para investigar e cumprir mandados em aberto na delegacia, em uma situação em que realmente a vítima precise, tivemos que atuar em uma situação que não existiu, que não é crime”, argumentou.

Ao término dos procedimentos cabíveis na unidade policial, Ulisses foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), onde ficará à disposição da Justiça.