
Carros de luxo apreendidos na Maus Caminhos ficaram no pátio da Polícia Federal
O Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) anunciou a acusação formal de 16 envolvidos na Operação Maus Caminhos, responsabilizados pelo desvio de cerca de R$ 360 milhões da saúde estadual, inclusive R$ 50 milhões enviados pelo Governo Federal. O procurador da República coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF-AM, Alexandre Jabour, revelou também que a Organização Criminosa (Orcrim) tinha um braço armado com 11 policiais, militares e civis, sob o comando do coronel PM Aroldo Ribeiro, ex-sub-comandante da PMAM.
Gilmar Fernandes Correa, ex-contador do grupo, foi acusado de desviar R$ 100 mil da empresa Salvare, algemado e torturado pelos seguranças de Mouhamed Mustafa, médico, líder da Orcrim, que está preso. Gilmar tinha inserido funcionários fantasmas na folha de pagamento para desviar o dinheiro. Foi obrigado a confessar o desfalque. “Pela lei isso se caracteriza como ato de tortura”, disse o coordenador.
Jabour revelou ainda que o Instituto Novos Caminhos ganhou uma licitação e teve o projeto aprovado em uma semana, em período próximo a fim de ano. “É mais uma prova de envolvimento de agentes públicos e isso será objeto de outras ações, mais para a frente”, acrescentou.
Os acusados pelo MPF-AM terão os processos submetidos à Justiça Federal do Amazonas e podem ser tornados réus formalmente.
Veja os nomes dos acusados que estão presos:
Alessandro Viriato Pacheco, o Barba;
Antônio de Melo Marques, conhecido como Toninho e Soneca;
Davi de Azevedo Flores;
Erhard Lang;
Gilberto de Souza Aguiar;
Márcia Alessandra Nascimento;
Pablo Pereira;
Pauline Azevedo Campos;
Priscila Marcolino Coutinho;
Rodrigo Fernandes Arol;
Jennifer Naiyara da Silva e
Mouhamad Moustaf.
Denunciados ainda em liberdade:
Dilson Maciel de Jesus;
Euler de Paula Baumgratz;
Gilmar Fernandes Correa e
Paulo Roberto Bernardi Galaci.
Todos são acusados por constituição, promoção, financiamento e integração de organização criminosa. A Operação Maus Caminhos aconteceu no dia 20 de setembro de 2016. O grupo tinha contratos com o Governo do Amazonas para gestão de três unidades periféricas de saúde, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus; a Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga; e o Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismail Abdel Aziz, em Rio Preto da Eva.
O governador do Amazonas, José Melo, foi notificado pelo MPF-AM para instaurar processo administrativo e apurar a responsabilidade da organização social Instituto Novos Caminhos e aplicar as sanções da Lei Anticorrupção. Até agora, porém, o Governo do Estado não anunciou nenhum resultado dessas medidas ou sequer se as implementou.
A denúncia tramita na 4ª Vara Federal do Amazonas, sob o nº 18187-35.2016.401.3200. Clique aqui para ler a denúncia completa do MPF-AM, que tem 155 páginas.
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