Presidente do Caprichoso insinua chantagem de David Assayag e desafia: ‘Ele que vá fazer graça pras negas dele’

O presidente do Caprichoso, Joilto Azedo, fez um desabafo hoje (18/01), em Parintins, com uma série de revelações sobre o contrato do levantador de toadas do bumbá, David Assayag, dizendo que se sente chantageado e terminando com um desafio: “Ele vá fazer graça pras negas dele. Ele vai me respeitar”. Em reunião de diretoria, realizada hoje (18/01), à noite, ficou definido que o valor máximo de contrato por item será de R$ 50 mil/ ano, enquanto David ganha R$ 212 mil/ ano.

Para completar o quase rompimento, David Assayag acaba de se converter à Igreja Evangélica e prepara carreira na música gospel.

Joilto desabafou em entrevista, pelo telefone, ao radialista Aderaldo Reis, da Rádio Clube de Parintins, repetindo em on muitas informações que havia dado em off a este portal. Depois confirmou tudo, em outra entrevista, à rádio Tiradentes Parintins.

“O David não podia vestir camisa ou cantar toadas do Garantido, mas faz tudo isso. Ele vem aos ensaios do Caprichoso quando ele quer. Ele ganhou dois anos, perdeu dois anos e empatou dois anos. Pra ganhar ano passado, a gente contratou um maestro (Eduardo Nóbrega, da Paraíba) para acompanhá-lo quatro meses. Ele é bom, mas não ganha sozinho”, disse, em vários momentos da entrevista.

 

Renegociação

O Caprichoso está renegociando todos os contratos, tanto de itens quanto de artistas de alegorias. “A crise está difícil, o Governo do Estado vai diminuir o repasse aos bumbás e não há outro jeito. A receita deve cair 50% este ano”, prevê Joilto Azedo.

O portal teve acesso à informação de que os salários no Garantido são bem mais modestos. O apresentador Israel Paulaim teria o maior salário da casa, em torno de R$ 75 mil/ ano, enquanto o levantador Sebastião Jr. ganharia R$ 70 mil.

 

Patrick no CD

A briga pode ir longe. Joilto está disposto a usar todas as armas para enfrentar Assayag, que foi tirado do Garantido, pela ex-presidente Márcia Baranda, a peso de ouro. Pode até entregar cópia do contrato do levantador à Receita Federal e à Justiça, onde ele tem vários processos de pensão alimentícia.

A outra providência, de caráter prático, é colocar vários ex-levantadores para gravar o CD do bumbá, com 21 toadas, como Arlindo Jr., Renato Freitas e Edilson Santana. Outra novidade, que pode “vingar” numa possível falta de David Assayag, é o jovem Patrick Monteiro, natural de Autazes, com apenas 21 anos, que tem a voz parecida com a do dono do item oficial. Ele também vai gravar toada no CD, além de Cassio Gonçalves, Iezen Rocha, Ornelo Reis e Edmundo Oran. “Contamos com David. Mas não podemos deixar de ter alternativas”, disse Joilto.

 

Sem DVD

Os DVDs dos bumbás, que vinham sendo gravados nos dois últimos anos, estão cancelados. Os presidentes de Garantido e Caprichoso assinaram documento conjunto, dia 13/01/2016, definindo que nenhum dos dois fará o show de gravação, para economizar recursos. A festa custa aos cofres do bumbá em torno de R$ 300 mil.

 

‘Quadrilha’

Joilto revelou que há uma “quadrilha” tirando dinheiro do Caprichoso, via Justiça do Trabalho. “A culpa é do bumbá, que é desorganizado e não tem documentos. Há ex-presidente insuflando o pessoal para entrar na Justiça Trabalhista. Eu não vou fazer isso. O próximo presidente vai ter armas para se defender”, denunciou Joilto, que deixa o cargo na primeira quinzena de setembro.

O portal teve acesso à informação de que o ex-diretor administrativo do Caprichoso nas gestões Carmona Filho e Márcia Baranda, Osmar Paz de Andrade, o professor Osmarzinho, conseguiu uma indenização de R$ 160 mil, na Junta de Conciliação e Julgamento de Parintins, pelos oito anos em que esteve no bumbá. O Caprichoso já pagou R$ 50 mil e acertou pagar o restante em parcelas de cerca de R$ 30 mil. “As reclamatórias chegam a R$ 5 milhões”, disse Joilto, que deve pagar R$ 1,3 milhão até o fim do mandato.

As dívidas trabalhistas são o calcanhar de Aquiles dos bumbás parintinenses. O Garantido já teve o “curral tradicional”, na Baixa da Xanda, também conhecida como Baixa de São José, arrestado em leilão da Justiça Trabalhista. O mesmo aconteceu com o galpão principal da Cidade Garantido. Os sócios tiveram que se desdobrar para recomprar os dois espaços.

Ouça, abaixo, trecho da entrevista de Joilto Azedo a Aderaldo Reis: