Sila da Conceição é uma lenda na rua Portugal, Japiinlândia, em Manaus. Ele apareceu na área dirigindo um táxi, depois, conforme contou no Jô Soares, trabalhava dia e noite e não gastava. Comprou o segundo carro, o terceiro… hoje é dono de uma frota que, dizem, chega a 250 carros. “Tenho apenas 50 ou 60 táxis”, disse ele, hoje (25/09), na rádio Tiradentes. É também dono de quase todos os imóveis da rua e, dizem, do bairro.
A história dele é toda cercada de folclore, grande parte cultivada pelo próprio. A entrevista de hoje, por exemplo, se deu para divulgar o livro “Danem-se os normais”, lançado na Saraiva Megastore, do Manauara Shopping. A edição toda, lançada nacionalmente, tem 30 mil exemplares e bateu o recorde de 200 livros vendidos num só dia na loja de Manaus.
Os autores são João Estrella de Bettencourt, historiador, escritor, analista político e editor, autor da biografia de Marcos Vianna, presidente do BNDES na ditadura, e Mariana Torres, jornalista, escritora e roteirista da TV Globo, que deu redação final a “Autores: história da teledramaturgia”. Os dois foram “fisgados” pela trajetória pouco convencional do personagem.
Sila contou na Tiradentes, entre outras coisas, que roubava até 17h, dentro de ônibus, batendo carteiras. “Depois disso, eu era um cidadão comum, que ia ao supermercado, comprava fiado e pagava minhas contas”, afirma. “Quando virei empresário, as pessoas queriam me pagar as dívidas com desculpas. Isso eu nunca aceitei”, enfatiza.
Ladrão assumido, ele também pagou as contas com a Justiça, ficando cerca de dez meses trancafiado, a última vez por quatro meses, em Brasília, no presídio da Papuda. Mora em Miami, EUA, hoje, comprando, reformando e vendendo imóveis, aproveitando a crise do Tio Sam para faturar em dólar.
Do alto da sua, digamos, experiência, ele “ensina” o que fazer para combater a crise de segurança pública em Manaus. “Tem que investir mais na educação. Tem que corrigir as coisas lá no começo porque ninguém corrige nada do meio para o fim”, disse.
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