Empresa gaúcha incubada pelo Inpa anuncia corantes naturais com flores e árvores da Amazônia

Linhas de pesquisas realizadas no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em parceria com a empresa Knorr Produtos Técnicos, devem trazer para o mercado, no próximo semestres, novas cores obtidas em plantas rasteiras, flores e resíduos sólidos da Amazônia. Transformadas em corantes naturais, elas serão usadas em couros, plásticos injetáveis e solados de sapatos pela empresa, que está incubada no Inpa, isto é, recebe apoio técnico do instituto, tem a intenção de estabelecer sede em Manaus.

A Knorr, hoje sediada no estado do Rio Grande do Sul, já trabalha na produção de corantes para estofamento de carros utilizando substâncias da biodiversidade. “Nós temos um grupo muito forte no Rio Grande do Sul. Lá nós pesquisamos justamente a aplicação desses corantes, ou seja, em quais produtos nós vamos poder aplicar”, explica o presidente da empresa, Sérgio Knorr Velho.

Velho relata que a grande biodiversidade da Amazônia possibilita, além de desenvolver novas cores, reaproveitar os produtos florestais. O projeto é de longa duração e tem previsão para iniciar a produção no próximo semestre. “Nós temos um grupo de pesquisa trabalhando com o Laboratório de Química da Madeira do Instituto (Inpa). O objetivo é justamente aumentar esse leque de cores, onde nós buscamos os resíduos sólidos, flores, plantas rasteiras e que a gente pesquise nessas plantas novos corantes naturais, para termos aplicação tanto na área do couro, como solados e peças injetáveis para embalagens”, explica Knorr.

A chefe da Divisão de Propriedade Intelectual e Negócios (DPIN) do Inpa, Rosangela Bentes, disse que o acordo surgiu da necessidade da aplicação da pesquisa na indústria. “O que está sendo estudado do Inpa vai ser estudado juntamente com a empresa e fazer a aplicação na indústria, por isso ela está sendo incubada dentro do Instituto, porque será um processo parceiro, desde pesquisa até o produto final”, explica.