Wilson Alecrim está de volta à Susam cercado de desafios

As resistências da família, que exigiu sua presença mais próxima, fazendo-o afastar-se do comando da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), foram vencidas e Wilson Duarte Alecrim está de volta ao comando da pasta. Substitui o também médico Agnaldo Costa.

Agnaldo é um homem afável e esforçado. Dizem que lhe faltou traquejo político. Percebi, pelo pouco que vi, ter se tornado a Susam um emaranhado de chefes, repetindo aquela história de muito cacique pra pouco índio. Criou-se um ambiente, ao longo do processo, até mesmo antes do secretário que sai, com diretores achando-se fortes o suficientes para responder a ordens com o famoso “quem manda aqui sou eu”.

Alecrim é muito hábil, politicamente, tem experiência, personalidade forte e não encararia o desafio da volta sem, antes, diagnosticar o ambiente e planejar seus passos.

Um de seus maiores desafios será ocupar os leitos ociosos e fazer funcionar unidades que, inauguradas, caminham à meia-boca. É o caso do hospital pronto-socorro Platão Araújo, na Zona Leste, onde, em pleno sufoco pós-jogos da Copa do Mundo, o laboratório de análises clínicas não funcionou. Ou o próprio Pronto-Socorro 28 de Agosto, onde mais de 100 leitos estão ociosos por falta de pessoal, especialmente técnicos em enfermagem. As prometidas equipes de Neurocirurgia, que estariam de plantão 24 horas, em auxílio ao único hospital que mantém esse serviço, o Pronto-Socorro João Lúcio, até agora não saíram do papel.

Leitos, aliás, são um problema em Manaus. Enquanto o João Lúcio vive com os corredores entupidos de macas – um cenário desolador, que lembra um hospital de campanha, em período de guerra, mas que salva vidas – e o pessoal médico e para-médico trabalha além do limite, o Chapot Prevost e  o Adriano Jorge têm leitos sobrando.

O grande desafio de Alecrim, porém, é aproveitar a brecha da “ação conjunta” Governo do Estado-Prefeitura de Manaus e, afinando o entrosamento com seu ex-aluno no curso de Medicina da Ufam e atual secretário municipal de Saúde, Francisco Deodato, oferecer ajuda para fazer funcionar o sistema básico de saúde. Isso traria, como grande benefício para a saúde amazonense, o descongestionamento dos pronto-socorros – ninguém mais iria para lá com um simples resfriado, como acontece aos montes de hoje.

Saúde é fundamental. Boa sorte, Alecrim.

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Comentários

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  1. Ana Lúcia disse:

    Olá Marcos Santos!

    Gostaria de saber se a SUSAM vai convocar os aprovados no processo seletivo do interior como todo e não apenas alguns médicos para inaugurar hospitais em época de eleição.