Os 100 anos de Waldir Viana

Passou quase desapercebido, mas, sábado (27/02), mestre Waldir Viana, que Chico da Silva chamou de “Missionário da luz” (ouça essa toada do Caprichoso neste post), completaria 100 anos de idade se vivo estivesse.

"Seo" Waldir sendo homenageado pelo Caprichoso, entre o filho Rai Viana e o apresentador Gil Gonçalves (falando)

Missionário da luz

Waldir tinha várias lendas ao redor de si. A mais famosa diz respeito a um padre italiano, acidentado, condenado pelos médicos a viver o resto da vida numa cama. Dom Arcângelo Cerqua, então bispo prelado de Parintins, decidiu trazê-lo até “seo” Waldir. Este recolocou as vértebras no lugar e fez esticar o corpo numa barra e o fazia ficar pendurado todos os dias, primeiro segundos, depois minutos e assim o colocou em pé. Reza a lenda que ele voltou andando para sua terra.

Milagres? O povo falava que ele tinha coleção deles.

Conto o que vivi. Estava a caminho dos Jogos Estudantis do Amazonas (JEAs), em 1978, pela seleção de vôlei de Parintins. Numa manhã sem treino, metemos um racha de futsal e eu fui sorteado para goleiro. Pulei numa bola, na entrada da área, e um maluco meteu o bico em cima do meu polegar direito. Quebrou na hora. Havia médicos do Projeto Rondon próximos. Um deles virou para o Elias Moura, nosso técnico, e avisou: “Arranja outro levantador e capitão do time porque esse aqui só vai poder tirar o dedo do gesso daqui a uns três meses”. O campeonato era em 30 dias!

Elias me levou ao “seo” Waldir. Ele colocou o osso no lugar, meteu uma mistura com rinchão (uma erva que dá no campo, em Parintins) e imobilizou com talas, dessas que se usa em papagaio. Amarrou e pediu: “Filho, passa todo dia aqui pra trocar esse curativo. Quero ver se você não vai jogar”. Voltei a treinar uns cinco dias antes da viagem – e Parintins ganhou a única medalha de bronze do interior no vôlei masculino.

Anotação sobre um paciente com a letra do próprio Waldir

Esse é o paciente de que ele fala na anotação acima

Outra coisa: “seo” Waldir não regateava na mentira, quando se tratava de distrair um paciente, antes do tranco com o qual ele colocava o osso no lugar. Numa dessas, contou que o sujeito preparou um cartucho com 23 chumbos e atirou fazendo um zigue-zague com o cano da espingarda, num bando de patos. O cachorro foi buscar de um por um e ele só contando… 20, 21… “Ué, cadê os outros dois?” Olhou para cima e viu os dois patos voando e os chumbos atrás deles… Aí o paciente dava um risada e ele o tranco. A dor estava amenizada.

A humildade era uma marca de "seo" Waldir e não raro ele pegava a bicicleta e ia visitar os seus pacientes nas casas deles

Essa lenda parintinense tem muitas histórias. Estão aí os filhos e netos (Luciano, filho do Waldirzinho, foi quem me mandou estas fotos) para contar como a casa deles vivia cheia de gente, buscando auxílio para os seus males, sem que Waldir Viana recusasse atendê-los. Pagamento em dinheiro? Nem pensar. Ele se ofendia e podia até parar o tratamento se alguém tentasse. Tinha lá suas cabecinhas de gado, seus terrenos e vivia bem disso.

Waldir Viana lembra meu tio Valdir Costa, massagista de Fast, Rio Negro e Nacional, que curou muita gente com essa história de colocar osso no lugar. A família me mata se eu não contar que ele curou o joelho de Jairzinho – ele mesmo, o Furacão da Copa de 1970 – , que estava desenganado para o futebol por causa de um problema no menisco e acabou jogando muito tempo ainda.

Tempos bons aqueles, quando havia uma saudável disputa sobre quem curava mais e melhor os males da nossa vida.

Saudades desses Waldis e Valdis.

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14 comentários

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  1. Saullo Vianna disse:

    Seo Waldir e meu tio-avo, ele e tio do meu Pai (Sergio Viana) irmao do meu avo (Wilmar Viana). Convivi pouco tempo com ele pois o mesmo sempre morou em Parintins e eu em Manaus. Sempre o visitava junto com meu pai quando iamos de ferias a ilha. Esse pouco tempo de convivencia foi o bastante para admira-lo e respeita-lo pela pessoa especial que sempre ajudava a todos, do mais rico ao mais humilde. Sem falar nas suas estorias (isso mesmo com “e”, estoria) de caboclo, que daria um otimo livro.
    Uma delas que lembro bem era que na proximidade do aeroporto o Tio Waldir tinha uma fazenda onde na epoca estava construindo uma igreja (essa igreja ainda hoje existe) e para chegar ate essa localidade so tinha um caminho, uma estrada aberta no tercado. Depois da sua fazenda existia varias propriedade de caboclos que de dia iam na cidade levar suas producoes de verduras, frutas e leite de vacas e compravam seus itens de necessidades e depois voltavam para casa por essa estrada. Um certo dia uma cobra grande, mais bem grande mesmo ficou no meio da estrada e nao deixava ninguem passar, nem de um lado nem de outro. Se alguem insistisse em passar a bendita cobra avancava em cima igual cachorro bravo. Conclusao, causou o maior engarrafamento de gente na estrada. Todo mundo com medo da cobra!!! Como o Tio Waldir ia sempre nesse caminho pois estava construido sua igreja na fazendo, ia passando na hora e viu aquele monte de gente parado e chegou com um conhecido e perguntou:
    – Por que esta todo mundo parado ai Mano?

    Ai o caboclo:

    – Seo Waldir tem uma cobra ai no meio da estrada e nao deixa ninguem passar, faca alguma coisa pela gente!

    Ai o Tio Waldir foi brigar com a cobra.

    – Va ja pro mato e deixe de atrapalhar o pessoal aqui!! Nao to dizendo, era so o que faltava.

    Ai a cobra se virou e foi entrando no mato de fininho. Com isso todo mundo passou e a vida voltou ao normal.

    Essa e uma de varias estorias do meu querido Tio, sinto muito orgulho do “Missionario da Luz”!

  2. Luciano Viana disse:

    Parabéns pela matéria, Marcos. Muito bacana !
    Um dos maiores orgulhos dos parintenenses, sem dúvida,foi terem visto este homem nascer, viver e, infelizmente, morrer nesta abençoada terra.
    Suas lembranças serão eternas. Assim como os seus “causos”.
    Então segue mais um:

    Contava “seo” Waldir que numa das viagens que fez ao interior, em seu barco, cujo nome era de seu santo padroeiro (São Benedito), para pegar o leite da fazenda o “combustól” acabou quando voltava para a cidade.
    Visto que estava no meio do rio amazonas, e viajava sozinho, e que não tinha outra alternativa para chegar a cidade a não ser através do barco, decidiu colocar o leite dentro do tanque do diesel ( o combustól)para experimentar. E não é que o motor do barco voltou a funcionar ! No decorrer da viagem, “Seo” Waldir começou a ouvir estrondos em cima do barco (no toldo)parecia que estava chovendo pedras. Pensou logo em algum defeito na descarga do motor já que ela saia para cima do toldo.
    E para surpresa dele: ESTAVA SAINDO QUEIJO PELA DESCARGA !

    Tudo contado pelo próprio.
    Esteja onde estiver, Seo Waldir,muito obrigado por tudo. Nós o amamos.

    sds

    Luciano

  3. Carlos Valente disse:

    Caro Marcos.

    Como caboco (sem l) do pé rexé, tenho orgulho de relatar que p “Seu” Waldir Viana era grande amigo de meu pai o Moisés Araújo (Saravá) e de vez em quando eu saia do Restaurante Alvorada (ao lado do Cine/Teatro da Paz) e ia para a esquina do Colégio Estadual que ainda estava em construção, ouvir algumas estórias que o “seu”Waldir contava. Uma delas é a caça de pato do mato com holofote do motor.
    – Vinha seu Waldir Viana pelo Paraná do Limão, quando começou a se formar um temporal que escureceu tudo. Para continuar navegando, doido pra chegar no Parananema, ele acendeu o holofote do barquinho pra ver o melhor caminho.
    Nisso, ele notou um bando de pato-do-mato, que seguia o facho de luz do holofote. Quando ele focava pra direita (boreste) os patos iam pra direita, quando ele focava pra esquerda (bombordo) os patos iam esquerda. Então, “seu”Waldir começou a circular o holofote e os patos começaram a voar em círculos acompanhando o feixe de luz. “Seu” Waldir então deu uma celerada na circulação do holofote e os patos aceleraram também, começando a ficar tontos. Quando já estavam bém tontos “seu”Waldir apagou a luz do holofote e os patos cairam todos dentro do barco.QUEM DUVIDAR DESTA ESTÓRIA, QUE VÁ PERGUNTAR DO “SEU” WALDIR.
    E É COM GRANDE ORGULHO DE PARINTINENSE QUE ESTEJA ONDE ESTIVER – PARABÉNS “SEU” WALDIR VIANA.

  4. RAIMUNDO ALEIXO DA SILVA JÚNIOR disse:

    Meu caro Marcos Santos, gostei muito deste depoimento sobre o “seo” Waldir Viana. Acredito que o homem naisce com uma missão e o senhor Waldir Viana soube muito bem cumprir a dele, pois tinha o dom de curar, através de Deus, que sempre esteve pronto para salvar ou ajudar o próximo.

  5. Cléia Viana disse:

    Marquito,
    Saudades e lembranças são duas sensações maravilhosas que nos ligam a um passado próximo.

    Como primeira neta entre todos os netos de Waldir Vianna, me dei uma certa “autoridade” perante meus primos queridos (todos!). Brinco com eles e digo que tenho a melhor lembrança de nosso avô… mas isso, lógico que é uma brincadeira, pois cada um de nós teve seu momento e sua história com nossos avós, Dona Silvia e seu Waldir.

    Vovô foi mesmo especial e minha avó uma mulher de sorte, por tê-lo acompanhado nesta vida. Juntos enfrentaram muitas tempestades, mas venceram, e minha lembrança de ambos é sempre resgatada quando vejo um casal de araras voando, em seu vôo sincronizado, em seu “grito” estridente. Seguem a vida juntos até o apagar da chama… e assim foi… Minha avó o seguiu até partir, primeiramente, como uma boa esposa à sua época. Foi preparar sua chegada.

    Li todas as histórias creditadas a ele. Era ele mesmo quem as contava. Sabia muitas delas, vi muitas curas feitas por ele, acompanhei-o a algumas casas de seus pacientes, mas, com o tempo, a voz de meu avô também foi se apagando em meus ouvidos.

    A “lenda” do padre, que você conta em seu texto, foi verdadeira. Ainda vi as radiografias desse padre italiano, agora ja não me recordo mais seu nome, mas a coluna do padre era exatamente um “S” e seu Waldir tratou dele durante muito tempo, nas barras de ferros que haviam em cada uma de suas casas.

    O padre voltou a andar e retornou feliz à sua Italia. As barras de ferro (instrumento simples) suas mãos (que eram ásperas devido o trabalho no campo), sua FÉ (inabalável), as ervas do campo (que nunca faltavam em sua casa) e sua sabedoria (infalível!) faziam parte de um pacote, cuja melhor tradução consta na letra da música de Chico da Silva, (nosso grande poeta popular urbano) “…anjo amigo, alma pura, missioário da Luz…”

    Neste último dia 27 de fevereiro, nosso avô completaria 100 anos de existência. Ele partiu antes desta data, entretanto, nos deixou de herança seu exemplo: homem humilde, manso de coração e sempre disposto a amenizar a dor de seu próximo. Certamente nós não esqueceremos seu exemplo.

    Aos seus amigos e a todos que ele tratou fica seu legado de “causos” e de curas. Obrigada a todos as pessoas que estiveram presentes na celebração eucarística que comemorou os 100 anos de Waldir Vianna, realizada no dia 27 de fevereiro na igreja de São Benedito, seu santo de devoção, em Parintins.

    Minha mãe, que ainda se encontra por lá, me disse que a missa foi linda, alegre e emocionante, com bastante amigos a cantar e a orar por ele!

    Obrigada a vc. que lembrou da data e do homem. Espero que sua história de vida sirva de exemplo a muitas gerações e que nossas lembranças não se apaguem nunca!

    Saudades vô de ti e continua nos iluminando com teus exemplos por aqui, para que num breve espaço de tempo nos reunamos com todos na “Casa da Redenção” que construistes la no céu!

    RESPOSTA:
    Cléia é minha amiga de muito tempo. A frase “é uma guerreira” se tornou lugar-comum para definir quem tem uma história de luta, mas é a que melhor define essa figura.

    Venceu. E venceu. E venceu de novo. Ouvia dos amigos que ela estava mal, baixo astral, com problema de saúde ou outro qualquer, mas eis que ao encontrá-la vejo-a sempre de alto astral. Melhor que isso: Cleinha é um pontapé no baixo astral!!! Pouca gente tem o dom de me dar ânimo como ela – antes que alguém reclame aí, várias amigas e amigos meus têm esse condão sim, gente iluminada, gente feliz, gente que procuro cultivar sempre.

    Terminou casamento. Deixou Parintins – pareciam unha e carne, nossa cidade e ela. Venceu um câncer. E foi estudar no exterior. Europa. Oropa? Sim. Europa, Alemanha e tal. Reencontro-a curadora da Galeria do Largo.

    Essa mulher é uma renascedora. Reforça em mim e em todos que vivem ao redor dela a alegria de viver.

    Cleinha, desculpe, mas não podia deixar de registrar publicamente o quanto você é grande e o quanto admiro você.

  6. Ainda ontem chorei de saudade.

    Linda a homenagem.

    Obrigada!!!

  7. Sidney Viana disse:

    Também sou um dos primeiros netos homem, o segundo.Parte de minha infancia foi ao lado do Sr. Waldir e de D. Silvia, enchia água, cortava lenha, prendia gado, acordava cedo para ver tirarem leite, vida boa e ao mesmo tempo sofrida do povo do interior, mais era uma vida divertida e maravilhosa, nunca nos faltava nada, graças ao Sr. Waldir. Deus, te agradeço por ser neto deste santo. Minha mãe, D. Clivia passou dois dias chorando, relembrando os tempos que passaram juntos. tenho saudade de você Sr. Waldir, (vôvo volta, nos ajuda mais uma vez, nos traz a paz que tanto plantaste, te amo)

  8. Suane (Corrigido) disse:

    Lindas lembranças, palavras muito bem colocadas por todos: Marcos Santos, Cléia, Luciano , Sid, Suelen …

    Vou abusar um pouco mais de seu espaço (Por sinal muito bem usado, com seus textos e informaçoes bem redigidas) e colocar parte da mesagem da lembrança do centenário:

    100 anos de Waldyr Martins Viana
    Nascido em 27 de fevereiro de 1910

    Foi homem de luta, e isso bem se viu em toda sua trajetória…
    Foi filho de Dona Maria e seu Domingos,foi irmão, marido, pai, avô e amigo.
    Mas, foi O AMOR , que em tuas mãos forma tomou, que transformou a história de um home simples, como tantos, em história de um VENCEDOR…
    Serás eternamente lembrando, por todos que tua mão tocou , mais ainda por aqueles que tua sabedoria , o coração alcançou.
    “Anjo amigo, alma pura ,
    missionário da luz…”

    100 anos de história de
    Parintins: 27/02/2010
    Igreja de São Benedito – Am

    A Chula do Caturetê
    Adeus Caturetê nunca mais quero te ver;
    A saudade que eu tenho de ti a mesma tu há de ter;
    A recordação do passado bem difícil quero ter;
    Poderei voltar, só se a sorte me proteger;

    Adeus Caturetê lugar de tempestade;
    Até logo Caturetê me perdoe a oportunidade ;
    Sofri como cão sem dono e nem deixei saudade;
    Perdi minha paciência e também minha vaidade;

    Adeus Caturetê me enganei com você;
    Pensei em salvar meu gado e lá fui perder;
    Não podia andar no campo com tanto gado a feder;
    Tive muito desgosto e vontade de morrer…

    Em todo caso Caturetê, eu não posso esquecer;
    Não sou mal agradecido e tenho que agradecer;
    Com tida tua ruindade eu posso dizer;
    Se não fosse a tua ruindade como seria meu padecer?…

    Adeus Caturetê nunca mais quero te vê…

    Por Waldyr Viana
    Em: 13.03.88

  9. Eduardo Viana disse:

    Marcos PARABÉNS pela belissima homenagem ao meu avô “Seo WALDIR VIANA”, era realmente assim que ele se divertia e divertia os outros atraves de suas histórias…

    Alô seu Waldir Viana
    Anjo Amigo, alma pura
    E missionário da LUZ

    Assim era conhecido o “SEO WALDIR VIANA”

    PARABÉNS MEU AVÔ SERÁ LEMBRADO ETERNAMENTE

    TE AMAMOS MUITO.

  10. ENTÃO …

    NÃO LEMBRO A DATA – LEMBRO-ME QUE QUANDO ADOLESCENTE – FUI COM TIO ZÉ VIANA LÁ NO CATURETÊ ( ANDIRÁ )- ACHO QUE FOI A ULTIMA VEZ PARA A RETIRADA DOS BOIS E VACAS E TINHA REALMENTE SOBRADO POUCAS . AS VEZES CONTO ESSA HISTORIA PARA OS MEUS FILHOS . QUE BOM SUANE QUE VOCÊ COLOCOU A LETRA DA MUSICA. LEMBRO-ME DO “SEU WALDIR” NA PROA DO “ZÉ VIANA” FAZENDO GRAÇA COM ESSA MUSICA – E TINHA UM TRECHO QUE ELE DIA ” ADEUS CATURETÊ , NUNCA MAIS QUERO TI VÊ A SAUDADE QUE EU TENHO DE TI É A MESMA QUE TU VAI TER DE MIM , DEIXO MINHAS PRA FEDER . ADEUS CATURETÊ “. E OUTRAS HISTORIAS QUE ELE CONTAVA QUE DA PRÓXIMA IRIA COMPRAR ÓCULOS COM LENTES VERDES PARA AS VACAS COMEREM O CAPIM SECO.

  11. mjonas disse:

    grande homem e uma sabedoria sem igual
    com certeza esta no ceu.

  12. Carmem Silvia Viana disse:

    Obrigada por essa linda homenagem ao meu Avô. Ele recebeu um titulo que lhe cabia perfeitamente ” MISSIONÁRIO DA LUZ”, pois era grande seu empenho em ajudar ao proximo.

  13. Brena Iannuzzi disse:

    meu bizavô … Foi um anjo que Deus enviou a terra para ajudar seus filhos !!!

  14. LEMBRO-ME LENDO ESSA MATERIA QDO MINHA MÃE ME LEVOU PRA ELE ME BENZER,SABEM FIQUEI
    BOA DA RASGATURA…..

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