Juíza nega liberdade para delegado que matou advogado no Porão do Alemão

Sotero está há quase 5 meses preso na Delegacia Geral,  zona Centro-Oeste. Foto: Reprodução

A juíza da 1ª vara do Tribunal do Júri, Mirza Telma, negou o pedido de revogação da prisão preventiva do delegado da Polícia Civil Gustavo Sotero, preso pelo homicídio do advogado Wilson de Lima Justo Filho, em novembro de 2017, no Porão do Alemão, na zona Oeste de Manaus. Sotero está há quase 5 meses preso na Delegacia Geral,  zona Centro-Oeste. A decisão foi publicada na última quinta-feira (19).

Além de manter a prisão, a juíza determinou a busca junto à Corregedoria de Polícia Civil, do procedimento administrativo contra o delegado, sobre uma briga que o mesmo se envolveu em fevereiro de 2014, também no Porão do Alemão, no qual Sotero chegou a ser conduzido à delegacia e um vídeo que mostrava a autoridade policial visivelmente embriagado, foi gravado e publicado na internet.

O promotor do caso no Ministério Público do Estado (MP-AM), Armando Maia também já tinha se posicionado contra a substituição da custódia preventiva por medidas cautelares alternativas à prisão. O delegado pode passar 7 meses detido, até a audiência de instrução, marcada para dia 14 de junho deste ano.

Para o MP, o fato do delegado ter se envolvido em uma discussão com policiais militares sob efeito e álcool, resistindo à prisão mostra que a exposição na mídia o fez progredir gravemente.Na ocasião, de acordo com o promotor, o delegado chegou a ameaçar os policiais dizendo-se amigo de pessoas poderosas, tal como ex-governador José Melo, além de tentar intimidar os policiais com a arma.

A juíza afirmou na decisão que “verificando que subsistem os requisitos da custódia cautelar, indícios da autoria e materialidade, e ameça à ordem pública, em concordância com o nobre representante ministerial”, manteve a prisão preventiva anteriormente decretada.

O promotor afirmou na manifestação do Ministério Público que o comportamento do delegado faz com que a prisão preventiva seja “um remédio amargo (…) para resguardar a ordem pública”, ressaltou Maia.

A defesa do delegado Sotero já tinha entrado com pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STF) sem sucesso. Em decisão monocrática, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) também decidiu manter a prisão em fevereiro deste ano.

O Portal do Marcos Santos tentou nesta manhã de domingo (21) contato coma  defesa do delegado Sotero, mas não obteve êxito.

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