Lula fala pela primeira vez após ordem de prisão e cita juiz amazonense

Lula citou em discurso o juiz amazonense

Durante discurso onde anunciou que se entregará à Polícia Federal, Lula citou duas vezes juiz amazonense que o tornou réu na Operação Zelotes. Foto: Divulgação

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz um discurso neste sábado (7) para militantes concentrados em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). É a primeira manifestação dele desde que o juiz Sérgio Moro expediu a ordem de prisão.

Após dois dias no prédio do sindicato, o ex-presidente saiu hoje do prédio para participar de uma missa em memória de Marisa Letícia, que completaria neste sábado 68 anos.

Durante mais de 50 minutos de discurso, lembrando dos tempos de sindicalista e de uso político da prisão, o ex-presidente culpou a Justiça por sua condenação, citando duas vezes, inclusive, o juiz amazonense Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, que o tornou réu pelo crime de corrupção passiva.

Zelotes

Ano passado o juiz acatou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) por ele ter participado da “venda” da Medida Provisória (MP) 471, de 2009, que prorrogou os incentivos fiscais para montadoras instalavas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, investigado dentro da Operação Zelotes.

De acordo com a denúncia, Lula é acusado de beneficiar montadoras de veículos, que teriam prometido ao ex-presidente R$ 6 milhões em troca de benefícios para o setor, afirmam os procuradores do caso.

Lula virou “heptaréu” e responde a outros cinco processos – sendo 3 na Lava Jato, 1 na Zelotes e outro decorrente da Operação Janus. Em um sétimo processo, no caso do triplex do Guarujá, o petista já foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro.

Caminhão de som

Lula fez o discurso de um caminhão de som, ao lado de aliados, como a ex-presidente Dilma Rousseff; o presidente estadual do PT, Luiz Marinho; os ex-ministros Fernando Haddad e os pré-candidatos à Presidência Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB).

Antes, durante a missa, foi feito um histórico de dona Marisa Letícia, contando por exemplo, como ela ajudou Lula em suas campanhas políticas. Enquanto a missa ocorre, pessoas gritam “Lula livre”, “Não se entrega” e “Resistir”.

No final do discurso, Lula disse que “não daria gosto de ser considerado foragido”, e que se entregaria à Polícia Federal.

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