Amazonas deve registrar 840 novos casos de câncer de colo uterino em 2018, aponta Inca

Câncer de colo uterino. Foto: Reprodução

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), que é subordinado ao Ministério da Saúde (MS), o Amazonas deve registrar, em 2018, 840 novos casos de câncer de colo uterino, uma média de quase 41 diagnósticos para cada 100 mil mulheres (taxa bruta de incidência).

O número é considerado elevado por especialistas e entre as ferramentas aliadas no combate a esse tipo de câncer, estão as campanhas educativas, que têm se mostrado bastante eficazes na hora de chamar a atenção dos responsáveis para a importância da vacinação gratuita contra o HPV, ofertada na rede pública, para meninas com idade de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos.

“O câncer de colo uterino se desenvolve através de uma infecção sexualmente adquirida. Por isso, a importância de envolver ambos os sexos no processo de imunização”, destacou a ginecologista Mônica Bandeira, da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam).

Considerado uma doença 100% prevenível, o câncer de colo uterino, primeiro em incidência entre as amazonenses, recebeu destaque neste mês, com o ”Março Lilás”, movimento recente no Brasil, que levanta a bandeira da prevenção. A doença tem contado com uma fórmula capaz de erradicá-la a longo prazo. A receita inclui medidas simples, como a vacinação contra o vírus HPV (Papiloma Vírus Humano – causador desse tipo de neoplasia maligna), o uso do preservativo durante as relações sexuais e a realização anual do preventivo (Papanicolau), a partir do início da vida sexual.

Informação e prevenção

Mônica Bandeira de Melo. Foto: Divulgação

“O processo educativo, envolvendo as escolas públicas e privadas, e o informativo, abrangendo pais e responsáveis, é de extrema importância para que consigamos sensibilizar a população sobre a necessidade de se combater o HPV e, consequentemente, o câncer de colo de útero. Nesse contexto, campanhas como o Março Lilás e Outubro Rosa são essenciais, já que ambas trabalham a temática de prevenção a esse tipo de neoplasia maligna no Amazonas”, destacou a ginecologista.

A especialista ressalta que a vacinação também tem servido de alerta para que mulheres na fase adulta se cuidem mais. “Conseguimos despertar o interesse dos adultos, quando tocamos no assunto ‘câncer de colo uterino’. E também acende-se um alerta para as mães, tias, avós, entre outras, sobre a realização de seus preventivos anuais. É uma forma de manter toda a família protegida”.

Considerada uma das apoiadoras da política contra o HPV no Amazonas, Mônica explica que a principal expectativa é que, futuramente, o câncer de colo uterino seja erradicado, evitando milhares de mortes no Brasil. “Para que isso ocorra, é preciso fortalecer as campanhas de combate ao vírus. Recentemente, a Austrália anunciou que será o primeiro país a erradicar o câncer de colo de útero. Também queremos entrar nessa lista, como um dos países que mais combate a doença”, frisou.

O câncer de colo uterino se desenvolve através de lesões ocasionadas pelo HPV e que não são tratadas na fase pré-maligna. O vírus também é considerado um fator de risco para os cânceres de pênis, garganta e ânus.

Os tratamentos indicados, dependendo do estadiamento da doença (extensão), podem ser cirúrgicos, de quimioterapia ou radioterapia. Em parte deles, a indicação é para o tratamento associado, incluindo duas ou mais modalidades das citadas acima. O tratamento é ofertado pela FCecon, unidade da Susam, considerada referência no diagnóstico e tratamento na Amazônia Ocidental.

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