Claudio Barrella, novo Industrial do Ano, dedica título aos ‘componentistas’ do PIM

Claudio Barrella mora há 42 anos em Manaus. Vai receber o título de Industrial do Ano no dia 17 de maio. Foto: Divulgação

Eleito ‘Industrial do Ano’, em 2018, o empresário Claudio Barrella, diretor da Tutiplast Indústria e Comércio Ltda, vai dividir a homenagem da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), com os colegas da “heroica” categoria dos empresários componentistas do Polo Industrial de Manaus (PIM). “A indústria de Manaus só existe enquanto polo industrial sedimentado graças às suas fábricas de componentes”, disse ele nesta terça-feira (27), ao falar pela primeira vez sobre o título que receberá em 17 de maio, junto com o diploma do Mérito Industrial.

Aos 70 anos, o paulistano Claudio Antonio Barrella, que trocou São Paulo por Manaus há 42 anos, é o 54º empresário eleito pela FIEAM e passa a fazer parte de uma galeria que inclui nomes, como Antônio Simões, Isaac Sabbá, Umberto Calderaro Filho e Sócrates Bomfim. O Mérito Industrial foi instituído pela Federação das Indústrias em 1965 para homenagear empresários que tenham prestado relevantes serviços à causa do desenvolvimento da indústria amazonense.

Claudio Barrela disse que a homenagem, para ele, cobre as quatro décadas que vem dedicando ao polo de componentes do PIM, primeiro como empregado – atuou como engenheiro químico da Springer por 15 anos, empresa com a qual mantém profundas ligações, tanto que hoje a fábrica é controlada por uma de suas filhas – e depois como empresário, ao criar a Tutiplast, em 1994, na garagem da sua residência, no bairro da Glória, Centro, com apenas uma máquina injetora e três funcionários.

Hoje localizada no bairro Armando Mendes, na zona Leste, e ocupando uma área de 10 mil metros quadrados e um faturamento de R$ 90 milhões em 2017, a Tutiplast conta com 83 máquinas injetoras e 550 empregados. Industrializa pelo menos 650 itens, de carregadores para celular a maquininhas do PagSeguro. “Para se ter uma ideia, todos os carros da Ford saem com peças industrializadas na Tutiplast”, disse Barrella com orgulho. A empresa fabrica para a Visteon a peça do painel onde fica o velocímetro dos veículos.

Para Barrela, muitos dos componentes que a indústria automobilística, especialmente a Fiat e a Ford, ainda importam da China, poderiam ser feitos no PIM, o que tornaria o parque industrial local mais competitivo.  A Tutiplast que está fortemente ligada à indústria eletroeletrônica, também participa de outros segmentos, como o mecânico, duas rodas e informática. O número de clientes hoje chega a 30, incluindo a Visteon, Salcomp e Midea Carrier.

Além da aquisição da Springer, no PIM, recentemente, Claudio Barrella adquiriu há dois anos, a Norplast Injeção de Termoplásticos Ltda, em Conceição do Jacuípe, no interior da Bahia, empresa mais focada na área da indústria automobilística, especialmente para unidades da Ford e Jeep localizadas no Estado de Pernambuco.

“Não quer dizer que eu vou sair daqui e me mudar lá para o Nordeste, muito pelo contrário”, disse Barella. O objetivo, segundo ele, é fazer uma sinergia, uma troca de oportunidades entre as duas plantas. “No Brasil, existem muitas oportunidades de substituição de importação, mas você só toma conhecimento disso quando sai da sua zona de conforto”, disse.

O empresário vê o PIM como um polo de referência tanto em nível industrial quanto tecnológico em função das facilidades de importar equipamentos. “Ao usar essa sinergia, com o nosso conhecimento e a oportunidade de novos mercados, você descobre que o nosso quadrado é muito maior do que a Zona Franca”, argumentou.

Simplast

Recém-eleito para o Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Manaus (Simplast), Claudio Barrella disse que pretende deixar um legado nos três anos em que vai presidir a entidade, com a capacidade  de quem atualmente detém a história do plástico no PIM. “Depois que o Ulisses (Tapajós) se aposentou, eu sou o mais velho em atividade no plástico no Amazonas. Então, chegou a hora de colocar em prática novas ideias e deixar um legado para as futuras gerações”, disse.

Para o empresário, a indústria enquanto produz riquezas deve pensar no legado que vai deixar para a cidade, para os seus empregados, a contribuição que vai deixar, qual é a sua responsabilidade social.

 

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