Flagelo Fronteiriço

“Quem conhece a si mesmo e ao inimigo pode garantir a vitória, mas quem conhece o tempo e o terreno alcançará de forma absoluta.” Foi o que disse o maior estrategista de todos os tempos, o General Chinês Sun Tzu, nascido 500 (quinhentos) anos antes de Cristo.

No ano de 2017 o crime organizado na Venezuela teve um aumento alarmente de mais de 50% (cinquenta) por cento, segundo a Organização não-governamental Paz Activa. Tal fato se deu em razão da crise política e econômica que assolou o país.

No Estado de Zulia foram registrados aproximadamente 70% (setenta) por cento dos homicídios vinculados às Organizações Criminosas. Curiosamente, tal Estado faz fronteira com a Colômbia, região dominada pelos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – FARC.

Pois bem, fato público e notório que, não obstante a luta diária dos colegas policiais vizinhos, Roraima já tem “pago um preço” muito alto na segurança pública em razão da imigração de venezuelanos, haja vista que a facção Primeiro Comando da Capital – PCC, tem recrutado refugiados, de dentro do presídio e, assim, aumentado sua frente internacional, criando-se, também, conexões criminosas para o tráfico de armamento de grosso calibre.

Como se nota, a rápida ascensão do PCC nos presídios de Roraima pode gerar, de igual modo, consequências graves para a Segurança Pública do Estado do Amazonas, pois não se pode olvidar que os “olhos” do PCC estão voltados para rota do Solimões e o objetivo desta facção, desde sua fundação, no ano de 1992, é se infiltrar e se estabelecer em todos os presídios do país, além de buscar o monopólio das rotas do tráfico, a exemplo do que ocorreu na fronteira do Paraguai, em junho de 2016, quando integrantes do grupo criminoso assassinaram Jorge Rafatt (considerado o Rei da fronteira) e, assim, passaram a ter o domínio daquela rota.

Diante desse cenário, autoridades de Segurança Pública do Amazonas e de Roraima (civil, militar e federal), têm envidado esforços de maneira integrada para que se amenizem os impactos da crise internacional venezuelana em nosso país.

Segurança Pública se faz com prevenção, antecipação e inteligência. Assim, conhecendo o inimigo (facções criminosas) e o território (fronteira) garantiremos a vitória.

Delegado Guilherme Torres

Delegado Guilherme Torres

* Guilherme Torres é Delegado de Polícia. Titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos ...

Veja também
1 comentário

Deixe um comentário para PLÍNIO MENDES#ESTAMOS JUNTOS NA LUTA# Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. PLÍNIO MENDES#ESTAMOS JUNTOS NA LUTA# disse:

    A Fragilidade da SEGURANÇA nas FRONTEIRAS, permite a entrada de armas e DROGAS, também facilitou o crescimento das FACÇÕES CRIMINOSAS. INVESTIGAÇÕES já mostram como a maior FACÇÃO do PAÍS se aliou a TRAFICANTES de outros PAÍSES. SOU ESPECIALISTA, E DIGO QUE TUDO ISSO está relacionado às, REBELIÕES que o BRASIL VEM ASSISTINDO desde o começo do ano em PRESÍDIOS do PAÍS. É UMA GUERRA POR PODER E TAMBÉM POR MERCADO. A MATANÇA entre GRUPOS rivais dentro dos PRESÍDIOS das REGIÕES NORTE E NORDESTE esconde uma INTENSA DISPUTA pelo controle das ROTAS INTERNACIONAIS DO TRÁFICO DE DROGAS. UMA carta apreendida pela POLÍCIA DE SÃO PAULO em 2008 é o PRIMEIRO REGISTRO da RELAÇÃO dos CHEFES DA FACÇÃO PAULISTA COM TRAFICANTES BOLIVIANOS. ELA traz detalhes da VIAGEM que o então CONTADOR da FACÇÃO fez em fevereiro daquele ano à CIDADE PUERTO QUIJARRO, na FRONTEIRA do BRASIL com a BOLÍVIA. As investigações revelaram que, na ocasião, TRAFICANTES bolivianos acertaram a entrega de até 70KG por mês para a QUADRILHA PAULISTA, além da venda de ARMAS E EXPLOSIVOS. “Eles tem escritórios MESMO. Tem gente trabalhando dá para essas duas coisas: para comprar as DROGAS, para MOVIMENTAR a parte do DINHEIRO e também para a compra de ARMAS. Algumas dessas ARMAS que foram usadas aqui, METRALHADORA .(ponto) 50, QUE FORAM USADAS AQUI NOS grandes ASSALTOS a TRANSPORTADORAS de VALORES, aparentemente elas são ARMAS antigas do EXÉRCITO BOLIVIANO”. PARAGUAI, foi alvo de uma EMBOSCADA nas ruas de PEDRO JUAN CABALERO. Ordem era: MATAR RAFAAT. Ordem partiu da FACÇÃO Paulista, que queria eliminar os INTERMEDIÁRIOS e assumir o CONTROLE das ROTAS de TRÁFICO NA REGIÃO. ”Está faltando uma integração entre os ORGÃOS DE INTELIGÊNCIA para que façam um trabalho preventivo nessas REGIÕES e também um TRABALHO INVESTIGATIVO a partir das INFORMAÇÕES DE INTELIGÊNCIA. NO MOMENTO HÁ UMA AÇÃO DESCOORDENADAS, EM QUESTÃO DE AÇÕES INTEGRADAS. TEMOS QUE MUDAR TAL PROCEDIMENTO,JUNTO AO NOVO MINISTÉRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA.