Homem foi decapitado por mulher de 19 anos no Viver Melhor. Cabeça da vítima foi feita de bola de futebol

Milena contou que levou um tiro de raspão da vítima e que por isso teria feito a decapitação, sem arrependimento. Foto: Erlon Rodrigues/ PC-AM

Milena da Silva Garcia, 19, foi presa em cumprimento a mandado de prisão preventiva acusada pelo homicídio de Rodrigo dos Santos Aranha, 21, o “Baloteli”. O crime ocorreu no dia 3 de dezembro, no bairro Lagoa Azul, zona Norte.

Alvo da Operação Keres, deflagrada pela Polícia Civil no último sábado (3), Milena confessou ter decapitado Rodrigo por ter uma antiga rixa com ele, em razão de tráfico de drogas no conjunto Viver Melhor. Durante depoimento, ela lembrou que levou um tiro de “Baloteli” e que não se arrependia de ter executado o homem.

Confusão

A prisão ocorreu na segunda-feira (5) no bairro São José, na zona Leste. Segundo o delegado Juan Valério, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), o crime começou a ser planejado após a vítima bater no rosto da namorada de um traficante do grupo rival no Viver Melhor.

“Nesse dia, iniciou-se uma confusão generalizada no bar do DJ, onde fizemos a operação. Houve a autorização do líder (do grupo, o traficante conhecido como “Plenitude”, Francisco Gleisson Juca da Rocha”, falou Valério.

Um total de 22 pessoas teve participação na morte da vítima, com funções delimitadas desde quem iria dirigir o carro até a execução propriamente dita. Ele foi esfaqueado e decapitado no balneário das Gêmeas, no Lagoa Azul.

Enterrado

Conforme contou o delegado, Milena cortou a cabeça de “Baloteli” enquanto outros seguraram o corpo. A vítima chegou a ser enterrada, mas depois foi desenterrada e o cadáver deixado no local. A cabeça foi levada para outro lugar.

Em depoimento, a mulher disse Rodrigo estava botando banca demais no Viver Melhor e que o melhor seria matá-lo mesmo. Ela se negou a entregar outros nomes de pessoas envolvidas ou dar o paradeiro dos suspeitos ainda foragidos.

Qualificado

Milena foi indiciada por homicídio qualificado e após os procedimentos na delegacia deve ser encaminhada ao Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF).

“O “Baloteli”, segundo nossas investigações, teria esnobado o traficante “Plenitude”, que foi quem autorizou a sua execução, mesmo estando preso no Centro de Detenção Provisória Masculina (CDPM). A cabeça da vítima foi levada para uma quadra e feita de bola de futebol. Estamos divulgando as fotos de mais cinco foragidos e temos mais seis investigados”, falou Valério.

Todos os presos serão indiciados por homicídio e organização criminosa. Confira aqui o organograma do grupo: Organograma Keres

Os presos

Sete pessoas foram presas e duas adolescente apreendidas durante a Operação Keres no sábado. A ação foi realizada por diversas equipes das especializadas da Polícia Civil, sob coordenação da DEHS.

O objetivo foi desarticular um Quartel General que funcionava com o comando de traficantes da facção criminosa Família do Norte (FDN), do grupo ligado ao narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco.

Mandados

Foram cumpridos mandados de prisão no conjunto habitacional Viver Melhor, no bairro Lago Azul, zona Norte. Os suspeitos eram procurados por homicídios, incluindo Beatriz Lisboa Amara, 18, Joyce Mara Batista da Silva, 19, Samara Silva Lima, 25, e José Roberto Marinho Carlos, 34, o “Betinho”, além das duas adolescentes, uma de 14 anos e outra de 17.

Durante as diligências ainda foram presos três foragidos do regime semiaberto do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj): Cássio Matheus Santos de Oliveira, 21, Dione Samias de Castro, 27, e Fabricio de Souza de Almeida Júnior, 20.

Decapitado

Os quatro presos por mandado e as adolescentes são suspeitos do assassinato de “Baloteli”. A vítima foi executada por pelo menos 22 pessoas, sendo esfaqueada e decapitada. Outros homicídios são atribuídos ao mesmo grupo e estão sendo investigados.

Entre os mandados a serem cumpridos, duas pessoas estavam presas. Ateildo Costa Ribeiro, 36, “Bola”, detido por equipe do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), e Francisco Gleisson Juca da Rocha, “Plenitude” ou “Xavier”, que cumpre pena no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), apontado como mandante do crime e chefe de organização criminosa.

Drogas e orgias

“As investigações começaram após uma execução por decapitação, onde identificamos um lugar usado como QG (quartel general) de uma facção criminosa, que era liderada pelo traficante “Plenitude”, responsável pelo tráfico na área e por ordenar mortes. Nesse crime tiveram participação 22 pessoas. No mesmo apartamento os membros do grupo usavam drogas e faziam festas e orgias. Eles também frequentavam o bar DJ no Viver Melhor”, explicou Juan Valério.

Como a área tem poucas entradas e a polícia identificou muitos olheiros atuando no local, a estratégia usada para fazer a operação foi a do famoso Cavalo de Tróia. Dois caminhões-baú levaram 80 policiais das diversas forças de segurança, que entraram de modo furtivo.

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