Família de sargento da PM morto em acidente vai contestar laudo que inocenta motorista de BMW

Família do sargento morto atropelado vai contestar laudo que apresenta testemunha informando que o PM estaria na contramão no dia do acidente fatal. Foto: Divulgação

A família do sargento da Polícia Militar Sérgio Ramos dos Santos, 49, se sente injustiçada após ficar sabendo, pela imprensa, na noite deste sábado (24), do resultado da perícia preliminar que aponta o motorista da BMW, o empresário Clóvis de Oliveira Maia Filho, como inocente no acidente que culminou com a morte da vítima.

Ainda segundo o laudo, o sargento seria o responsável pelo acidente ocorrido no dia 8. Familiares e amigos do sargento se sentiram injustiçados, e afirmam que não tiveram acesso aos autos do inquérito de investigação da polícia que apontam o PM como responsável pela colisão fatal.

Testemunha

Conforme divulgado, uma testemunha, que não teve o nome divulgado, de 45 anos de idade, foi a peça chave para a conclusão do inquérito técnico policial sobre o atropelamento ocorrido no dia 8 de fevereiro.

A testemunha relatou, nos laudos, que trafegava no sentido bairro-Centro, na avenida Santos Dumont, quando percebeu a motocicleta na contramão, e que para não esbarrar na mesma teria se esquivado um pouco para direita, com o intuito de evitar o acidente. Em declaração, a pessoa afirma que o motorista da BMW não fez o mesmo e que acabou atingindo o motociclista de forma fatal.

Conforme os autos, a análise do perito Mário Socorro Freitas, realizada no dia do acidente, comprova o relato da testemunha, que não teve o nome divulgado pelo fato do processo correr em segredo segredo de justiça.

Inconformada

A família desconhece qualquer um desses resultados e diz que não teve acesso, segundo adiantou a filha do sargento morto, Rebeca Beatriz.

“Eu acredito na inocência do meu pai. É só olhar a imagem. A moto estava na faixa direita, padrão brasileiro. Não é contramão. Era a via dele, nem é preciso ser perito”, destacou Rebeca.

A filha se sente inconformada pelo fato da polícia ter concluído o inquérito sem antes ter acessado às imagens das câmeras de segurança do local.

Ficha do motorista

Questionada sobre o resultado do laudo, Rebeca lembrou o histórico do motorista da BMW. “O atropelador tem seis boletins de ocorrência, inclusive por embriaguez ao volante, agressão e até sequestro. Por que a família não tem acesso ao processo?”.

Em consulta ao site do Departamento de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), Clóvis tem seis infrações na carteira, sendo quatro por velocidade superior a máxima permitida no local, de 2009 a 2015, tendo acumulado 26 pontos. O sargento dirigia sua motocicleta, de placas NOJ-3990, e no momento do acidente estava retornando para a casa após tocar numa marcha fúnebre no enterro de um integrante da Tropa de Choque.

Quanto ao fato do pai estar na contramão, Rebeca contou que ele sempre pilotou motos e que a última estava com ele há uns cinco anos. “Ele respeitava faixa de pedestre, sinal vermelho e tudo mais. Coisa que muita gente não respeita. Imagina se ia andar na contramão”, falou.

As investigações a respeito do acidente estão sendo conduzidas pelo delegado titular da Delegacia Especializada em Acidentes de Trânsito (Deat), Luiz Humberto Monteiro.

A defesa do sargento afirma que vai pedir inclusão de outra testemunha no inquérito e contestar o laudo.

O caso

Corneteiro da banda da Polícia Militar, o sargento Sérgio Ramos, 49, foi vítima de um acidente de trânsito nesta quinta-feira (8), na avenida do Turismo, no Tarumã, zona Oeste.

Ele morreu na via após uma BMW modelo 320I, branca, de placas PHY-5250. A vítima foi arremessada na pista, estava de capacete, mas não sobreviveu aos ferimentos.

 

Texto: David Batista

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