Os maiores fornecedores do Governo devem ser alvos da continuação do relatório sobre operações em curso pela Polícia Federal (PF). Na primeira parte, já apresentada, foram indiciados apenas os ex-secretários Afonso Lobo, Wilson Alecrim, Pedro Elias e Evandro Melo. Nesta terça, às 10h, o Ministério Público Federal (MPF) deve anunciar a denúncia deles à Justiça.
O documento da PF foi intitulado de “Relatório conclusivo parcial”. A segunda parte deve conter a parte referente ao ex-governador José Melo e a ex-primeira-dama Edilene Oliveira. E nela podem ser incluídos os fornecedores. Ou, ainda, ser intitulada de “Relatório conclusivo parcial 2”, ficando esse grupo empresarial para a terceira e última parte.
Para você entender
A polícia judiciária, Civil (no âmbito do Governo do Estado) ou Federal (União) investiga. A autoridade policial, delegado, apresenta um relatório do trabalho onde indicia aqueles contra os quais reuniu provas. O MPF recebe esse trabalho e, com base nele, decide se vai apresentar denúncia contra os acusados. Cabe ao juiz do feito, no caso a juíza Ana Paula Serizawa, se for apresentada a denúncia, decidir se a acolhe ou não. Acolhida a denúncia, os acusados só então viram réus.
Outras pastas podem ser envolvidas
Os empresários foram investigados nas operações Maus Caminhos, Custo Político e Estado de Emergência. Eles são os maiores fornecedores históricos do Governo do Estado. Alguns aparecem desde o governo Gilberto Mestrinho. A investigação teria alcançado outras pastas estaduais, além da Saúde, onde Melo, Mohamad Moustafá e companhia teria desviado recursos.
O desafio da PF é esclarecer como é tecida a teia de corrupção no Estado. Esses empresários seriam o principal suporte financeiro dos políticos que ocuparam o poder amazonense. São eles que financiam as campanhas e alguns até participam da captação de recursos.
Relatório da Polícia Federal deve acusar lista de fornecedores
Todos estranharam quando, no relatório da PF, apareceram somente os nomes dos ex-secretários. Ficou bem claro, para os advogados, que haverá uma segunda parte.
A lista com os empresários investigados é enorme. Abrange quase todos os titulares de contratos de fornecimento ao Estado. Todos tiveram algum contato com os principais envolvidos. Isso é inevitável, uma vez que eles ocuparam a titularidade dos órgãos aos quais eles atendiam.
Grande parte dos fornecedores se queixam da paralisação dos pagamentos na gestão Amazonino. Os menos prevenidos estão à beira da falência. Há até quem tenha dificuldade para promover a própria defesa.
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