Mamografia pode reduzir em até 40% as mortes por câncer de mama

Indicação inicial é que mulheres com menos de 35 anos, façam o exame de ultrassonografia mamária para detectar eventuais alterações. Ele não detecta micro-calcificações, mas pode apontar outros problemas na mama. Foto: Divulgação

A mamografia, reconhecida mundialmente como método de rastreio eficaz do câncer de mama, reduz em até 40% as mortes pela doença em mulheres que fazem a prevenção anual regular.

A indicação é que o exame seja feito a partir dos 40 anos, à exceção de pessoas com histórico de câncer na família. Essas devem iniciar o acompanhamento a partir dos 35 anos.

Maior incidência

“Sabemos que o câncer de mama é o primeiro em incidência no mundo e, no Amazonas, é o segundo, perdendo apenas para o câncer de colo uterino. Por isso, o alerta pelo diagnóstico precoce deve ser permanente”, destacou a engenheira biomédica Ana Paula Lemes, diretora-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Susam).

Segundo projeção mais recente do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão subordinado ao Ministério da Saúde (MS), cerca de 440 novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Amazonas, anualmente. No Brasil, estima-se que sejam 57.960.

Alterações

A gerente do Serviço de Imagenologia da FCecon, médica radiologista Sabrina Bianco, explica que a mamografia pode detectar alterações diversas, entre elas, as micro-calcificações, que podem ou não ser câncer.

“No caso das micro-calcificações, a mamografia é o exame de excelência, não havendo nenhum exame substituto que supere a visualização. Elas nem sempre são câncer. Mas, quando agrupadas e irregulares, a taxa de positividade para a doença é de 90% a 95%”, frisou.

Bianco explica que o câncer de mama é uma doença, em geral, de evolução lenta e assintomática. Apesar de destacar a importância do autoexame, ela reforça que ele não substitui a mamografia.

Autoexame

“Quando sentimos no autoexame algum caroço na mama, ele geralmente é fruto uma alteração iniciada há anos. Com a mamografia, a detecção ocorre em alterações de menor porte, às vezes impalpáveis. Por isso, costumamos dizer que a mamografia pode salvar vidas, pois, quanto mais cedo o câncer é diagnosticado, maiores são as chances de cura”, acrescentou.

A especialista explica que, quanto mais nova é a mulher, mais densa é a mama, apesar de haver um percentual significativo que foge à regra.

Prevenção

“Quando vamos envelhecendo, uma parte da mama se transforma em gordura. Por isso, ela vai perdendo a densidade, o que facilita a detecção de alterações durante o exame de mamografia”, frisou.

Por isso, a indicação inicial é que mulheres com menos de 35 anos, façam o exame de ultrassonografia mamária para detectar eventuais alterações. Ele não detecta micro-calcificações, mas pode apontar outros problemas na mama.

A indicação leva em consideração que a maioria dos casos de câncer de mama ocorre em mulheres com mais de 40 anos.

“Ainda assim, reforçamos que, como há exceções, mulheres com mais de 40 anos e mamas densas, devem ser encaminhadas à ultrassonografia mamária, como forma de complemento do rastreio. Nos Estados Unidos, isso já é feito”, destacou Bianco.

Unidade

De acordo com ela, apesar de não haver uma legislação específica nesse sentido, a FCecon, por ser uma unidade de referência em cancerologia, já procede dessa forma, submetendo suas pacientes à ultrassonografia mamária, de acordo com a necessidade.

A eficácia da metodologia, que utiliza a ultrassonografia como complemento à mamografia em mulheres assintomáticas com mama densa, virou alvo de pesquisa na instituição, através do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), que recebe o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam).  O trabalho está em fase inicial de desenvolvimento.

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