Em uma reportagem de destaque, com 6 minutos e 30 segundos, o Fantástico deste domingo (7) apresentou o esquema criminoso que levou para a cadeia o ex-governador José Melo e mais 4 ex-secretários de Estado, e que resultou no desvio de mais de R$ 120 milhões do dinheiro da saúde.
A reportagem especial mostra a cela onde o ex-governador passou a virada do ano na sede da Superintendência da Polícia Federal, medindo 5 metros por 1,5m, além de cenas da mansão-sítio avaliada em R$ 7 milhões, de propriedade do político. As imagens foram feitas usando drones.
Da mansão à carceragem
José Melo foi levado da mansão para a carceragem da PF. Um dos nomes da operação da Federal, deflagrada em dezembro de 2017, era o código do médico e empresário Mouhamad Mostafa, Custo Político, para se referir ao pagamento de propinas em troca de benefícios na gestão pública.
A fórmula usada pelo empresário ajudou a transformar a saúde do Estado num caos, ao tirar dinheiro de unidades hospitalares para bancar mordomias de políticos e funcionários públicos, como hospedagens em hotéis de luxo, vinhos caríssimos e viagens em jatinhos particulares.
Presos
A mesma fórmula, descoberta em investigações, levou para a prisão além do ex-governador, sua esposa, Edilene Oliveira, e mais quatro ex-secretários: Evandro Melo (Sead), Pedro Elias (Saúde), Afonso Lobo (Sefaz) e Wilson Alecrim (Saúde).
Todos estão no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), no KM 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Melo e Edilene tiveram a prisão preventiva decretada na semana passada.
Para o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Alexandre Jabur, parte dos serviços contratados entre o Estado e a empresa de Moustafa não era prestado ou era superfaturado em até 30%.
Mordomias
Durante os trabalhos, a PF apreendeu mais de 50 celulares, cujos arquivos, conversas e imagens mostram como o dinheiro era desviado.
Entre as mordomias citadas na matéria do Fantástico aparece uma hospedagem de Pedro Elias no icônico hotel de luxo do Rio de Janeiro, o Copacabana Palace, onde ele gastou quase R$ 50 mil. Afonso Lobo aparece no rol de mordomias com vinhos que chegam a valer R$ 33 mil no mercado, a garrafa.
Segundo o delegado da Polícia Federal Alexandre Teixeira, as regalias bancadas com o dinheiro desviado incluíam viagens em jatinhos particulares. “Moustaf gostava de se gabar por corromper as pessoas”, explicou.
Mensalinho
O delegado reafirmou que entre os presos, o irmão do ex-governador, Evandro Melo, foi quem mais recebeu propina. Ele ganhava uma espécie de mensalinho de R$ 300 mil, por mês.
Entre as provas, fora escutas autorizadas, documentos e quebras de sigilo, uma sócia do médico e empresário, Jennifer da Silva, fez delação premiada. Nela, ela confirma que a campanha de Melo recebeu R$ 1 milhão do grupo.
Conforme o Fantástico, os citados foram ouvidos e declararam inocência ou acusações infundadas. O advogado de José Melo, José Carlos Cavalcanti Júnior, alegou que o seu cliente feriu os interesses de um grupo político e de um grupo criminoso organizado, e por isso está sendo acusado falsamente.
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