Traficante da FDN e homicida, “Índio” assume participação nas execuções de soldado da PM e de cantor

Fabio Barbosa de Souza, o “Índio”, traficante ligado à FDN, foi detido durante preparativos para cometer assaltos na Cidade de Deus. Foto: Divulgação PC-AM

Diretamente ligado à facção criminosa Família do Norte (FDN), o traficante Fábio Barbosa de Souza, o “Índio” foi apresentado nesta terça-feira (2), pelo delegado titular da Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Juan Valério.

“Índio” foi detido no último sábado (30), por policiais militares da 13ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), em via pública, no bairro Cidade de Deus, zona Norte.

“Uma guarnição da 13ª agiu com bastante perspicácia ao perceber dois homens em atitude suspeita na Cidade de Deus, e conseguiram pegar o ‘Índio’, cuja identidade foi confirmada depois da prisão”, disse Valério.

Procurado

Segundo o delegado, o último suspeito procurado por envolvimento na execução do soldado da PM, Paulo Sérgio da Silva Portilho, em maio de 2017, foi pego quando se preparava para fazer assaltos a residências na região.

Fábio também é apontado como um dos autores do homicídio do cantor Melvino de Jesus Júnior, que era conhecido como “Júnior”, líder do grupo musical Júnior e Banda, ocorrido no dia 29 de abril de 2017, no município de Codajás.  Melvino foi confundido com um traficante alvo do crime.

1kg de droga pelo serviço

“Ele foi ouvido na delegacia e confirmou a participação nos dois homicídios. No caso do cantor, ele foi contatado por ‘Dentinho’ (Josiney Oliveira Lavareda), que está foragido, para matar Melvino. O cantor foi confundido com o traficante que estava marcado para morrer, o ‘Vitão’, que tinha as mesmas características de Melvino. ‘Índio’ concorreu para o crime, dando apoio material e participando da trama. Ele e o comparsa ‘Mistério’, que atirou, receberiam 1 quilo de droga pelo serviço”, falou Juan Valério.

“Filé” e “Gigante”

No homicídio do soldado Portilho, Fabio estava na invasão Buritizal consumindo drogas, quando foi acionado pelo traficante “Filé”, que trabalhava para o “Gigante” (Rodolfo Barroso Martins, 25), ambos presos pela DEHS.

“Índio” recebeu ordem para abordar uma pessoa na invasão, rendendo-a e tirando a arma de Portilho. “Segundo depoimento, ele conta que assistiu a execução, mas conforme relatos de outros envolvidos, teria dado facadas na vítima durante sua morte”, disse o delegado.

Escondido desde os crimes, em razão de ter características bem peculiares regionais, a polícia acredita que isso acabou contribuindo para a dificuldade de se localizar o foragido.

Depois de um tempo recluso, temendo ser preso ou até morto por ordens da facção, Fabio saiu da zona de conforto para praticar assaltos, quando foi detido.

A prisão

“Índio” e um comparsa, ainda não identificado e que conseguiu fugir durante a abordagem policial, pretendiam roubar um taxista. “Índio” possui dois mandados de prisão preventivas por homicídio.

Rodolfo Barroso Martins, 25, conhecido como “Gigante”, apontado como o responsável por ordenar a morte do soldado da PM, é acusado de comandar o tráfico na área do Buritizal.

Narcotraficante

De acordo com a polícia, “Gigante” tem ligação direta com o narcotraficante e um dos líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN), João Pinto Carioca, o “João Branco”, que fazia o recolhimento do dinheiro apurado nas bocas de fumo da ocupação. Presos envolvidos no crime deram detalhes de como funcionava o “Bonde do Buritizal”.

Ele foi preso no último dia 9 de novembro, na cidade de Anápolis (GO), sob o comando do delegado Juan Valério.

Josiney Oliveira Lavareda, conhecido como “Dentinho”, último procurado do homicídio do cantor Melvino de Jesus Júnior

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